Por outro lado, a imagem do plano de fundo foi feita pela Curiosity Mars Science Laboratory em 08 de setembro de 2012 no 33º dia após o pouso na superfície de Marte observando-se o solo marciano como jamais foi visto. E também não é bobagem...
Image credit: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael Jackson morre de parada cardíaca

Gostaria de estar escrevendo este post por outro motivo, mas Michael Jackson resolveu se apresentar no céu juntamente com Elvis Presley, Johnny Cash, Ray Charles, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong e tantos outros que jamais esqueceremos.
Quero aproveitar este momento em que a grande notícia do momento é a morte de Michael Jackson, para algumas linhas sobre esta “causa mortis” que é noticiada em todas as mídias, grandes e pequenas.
Que doença é esta, parada cardíaca que mata tantas pessoas?
Esta doença não existe.
Este é um erro grosseiro cometido por toda a imprensa, praticamente todos os dias, e inaceitável especialmente quando esta fonte de informação tem um revisor médico.
São raríssimos os casos em que a causa da morte é a parada cárdica e que na verdade chamamos de morte súbita. Aqueles jovens atletas que morrem subitamente num campo esportivo sim morrem de parada cardíaca, mas em conseqüência de uma doença do coração que vinha se manifestando de forma sub clínica e que na verdade é uma arritmia cardíaca que a medicina moderna tem condições de diagnosticar. A intoxicação por drogas ou medicamentos também podem provocar primariamente a morte por parada do coração, porém nestas situações o diagnóstico definitivo é sempre pós necropsia.
Em todos os outros casos a morte por parada cardíaca não existe, pois todos nós morremos porque o coração para.
O que acontece na verdade é uma doença que leva à morte numa seqüência de eventos sendo o último deles a parada do coração.
Uma pessoa que leva um tiro e a notícia diz que ela morreu de parada cardíaca, o correto sería:
causa mortis: choque hemorrágico
conseqüente a: ruptura de aorta torácica(por exemplo)
conseqüente a: perfuração de arma de fogo.
e o coração para porque é o ato final da morte, como para os pulmões, os rins, enfim para a nossa maravilhosa máquina.
Traduzindo: morreu porque foi baleado.
Uma pessoa que morre após longa luta contra um câncer muitas vezes a notícia acaba sendo “Parada cardíaca leva a morte fulano de tal após x anos de luta contra um câncer. O correto seria:
causa mortis: falência de múltiplos órgãos
conseqüente a septicemia
conseqüente a infecção respiratória
conseqüente a caquexia
conseqüente a adenocarcinoma de cólon.
Traduzindo: morreu de câncer de intestino.
E aquele que morre de infarto do miocárdio, a imprensa sempre atribui sua morte à parada cardíaca. o correto seria:
causa mortis: arritmia ventricular complexa
conseqüente a infarto agudo do miocárdio
conseqüente a obstrução coronariana
conseqüente a aterosclerose sistemica.
Traduzindo: morreu por atesclerose.
Eu entendo que estes termos são todos muito indigestos para serem utilizados e compreendidos no dia a dia, mas também matar as pessoas de parada cardíaca é muito feio.
TODOS nós vamos ter nossos corações parados
TODOS nós vamos ter nossos rins parados
TODOS nós vamos ter os nossos intestinos parados,
mas,
ALGUNS de nós seremos mortos a tiros
ALGUNS de nós seremos mortos no transito
ALGUNS de nós teremos câncer, e
A triste notícia de hoje deveria ser assim:

Michael Jackson morre de causa ainda não esclarecida.

Nesta notícia já está implícito que a causa da morte no momento é desconhecida, será anunciada após ser esclarecida e seguramente não será parada cardíaca.
Senhores responsáveis por estas notícias, vamos ficar mais atentos.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Duas grandes notícias vindas de duas pequenas cidades

“Metade da população de Tatuí já tem PEP”.

“Piraí é o primeiro município do mundo a usar computador 1:1”.

Tatuí
é uma cidade do interior de São Paulo com pouco mais de 107.000 habitantes (dados de 2006) distante 143 km da capital.
A Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Tatuí está desenvolvendo um projeto de sistema de prontuário eletrônico que teve inicio em 2005 e já tem 55 mil pacientes cadastrados, o que representa 50% da população.
O PEP dos pacientes do município deverá ser utilizado pelo setor privado e público por meio do pagamento de uma taxa. Cada médico deve pagará uma taxa de R$ 70,00 a R$ 80,00 por mês para fazer uso do sistema. Já no setor público, o governo deve pagar uma taxa de cerca de R$ 0,17 centavos por habitante para que qualquer cidadão possa utilizar o sistema por meio da rede do SUS.
Informações fornecidas pela
secretária de saúde, dão conta que o sistema inicia no primeiro contato com o paciente,seja por médicos, psicólogos ou qualquer outro profissional cadastrado no sistema e, a liberação para consulta e/ou inserção de informação é realizada por autorização biométrica do paciente.
“Acreditamos que a posse do histórico médico deve ser do próprio cidadão e não do médico ou da instituição que o atendeu, por isso o acesso só pode ser realizado com a autorização biométrica do paciente”.
A segunda boa notícia vem de Piraí, cidade distante 103 km da capital do Estado, com população em torno de 24.000 habitantes(dados de 2006).
A partir de agosto, todos os alunos da rede municipal de ensino infantil, fundamental e APAE de Piraí, bem como os professores da cidade terão acesso à informatização nas escolas.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro apoiou a iniciativa da prefeitura de Piraí, contemplando o Projeto Piraí Digital, com aquisição de 5.500 unidades de Classmate PC com tecnologia Intel, rodando em Linux, com acesso em locais públicos e banda larga, fornecida pela operadora Rede Rio e link de parceiros do projeto.
O planejamento estratégico de levar a tecnologia para a educação, iniciado em 2003,teve sua primeira ação efetiva em 2007, quando a Intel disponibilizou os primeiros Classmate PC.
A Prefeitura de Piraí recebeu também aporte do Governo do Estado para a aquisição dos equipamentos, infra-instrutora e no treinamento dos professores.
“A tecnologia aplicada à educação é um processo sem volta, pois com um computador nas mãos e acesso à internet, os estudantes estarão aptos a participar da revolução tecnológica e da sociedade do conhecimento”, afirmou Oscar Clarke, Presidente da Intel Brasil.
Maria Helena Cuatiero Horta Jardim, Professora da UFRJ e Coordenadora Educacional do Piraí Digital. afirma que o projeto já é um sucesso. “Além de o aluno levar o computador para casa, promovendo a interatividade com a família, propicia que os pais sejam co-responsáveis pela educação por meio da tecnologia”, sendo que houve um cuidado especial com a questão da Segurança da Informação.
Diante do êxito do projeto, o vice-governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que foi prefeito de Piraí, já prevê a ampliação do projeto para todos os municípios cariocas. “Temos total interesse em ampliar para todos os municípios do Rio de Janeiro, que hoje somam 1,5 milhões de crianças da rede Estadual de Ensino.O vice governador lembra que no dia 13 de junho o projeto Piraí Digital, recebeu em Nova York, o premio Top Seven Intelligent Communities, ficando entre as sete cidades mais inteligentes do mundo no ano de 2005.
O projeto nasceu quando houve a privatização da Light. Naquela época, houve um grande desemprego no município e era preciso despertar o interesse de empresas a se fixarem na cidade, um grande desafio para um município com topografia difícil em uma área total de 520 mil quilômetros quadrados.
“Hoje, já contabilizamos a entrada de aproximadamente 20 novas médias empresas sem contabilizar as microempresas em Piraí, incentivadas pelo Piraí Digital.Parabéns Tatuí e Piraí, vocês são dois pontos fora da curva.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Certificação, vamos desfazer a confusão

Semana passada, concomitante à Feira Hospitalar, aconteceram dois eventos tratando das questões da Tecnologia da Informação ligadas a Saúde.
Um deles sob a responsabilidade da Universidade São Camilo a ADH´2009 e o outro ligado aos próprios realizadores da feira, o ClasSaúde.
O mês de Junho, nestes últimos 5 anos tem sido um momento importante para alinhar as nossas expectativas, não só no que diz respeito a atividade médica e hospitalar, pois a Hospitalar é o maior evento do ramo na América Latina e a cada ano com uma presença internacional cada vez maior, como também ver e ouvir as novidades na área de TIC e Saúde no Brasil e no mundo.
Surpreendentemente estes eventos vêm mostrando que apesar das dificuldades tecnológicas inerentes à um pais em desenvolvimento, as nossas ações estão muito bem posicionadas em relação àquelas desenvolvidas no primeiro mundo. Algumas destas conclusões não são minhas, mas sim de convidados estrangeiros que assim se manifestaram e pelo que senti não foi por educação ou algo semelhante mas sim por convicção.
O fato de estar escrevendo sobre este tema é para poder anotar de forma clara a ausência nos dois eventos de dois temas, que sinto não apenas necessários serem postos para discussão, como também por estarem gerando controvérsias.
O primeiro deles é com relação a discussão e denominação de Certificação de Software e Certificação Digital que tanto vem confundindo as pessoas.
Eu tenho insistido muito, inclusive mais de uma vez pude expressar minha preocupação com a mistura destas duas certificações, tendo em vista que a confusão já está formada, pois pessoas acham que software certificado é aquele que tem certificação digital.
Eu penso que o termo Certificação Digital já é um termo consagrado e adotado em várias atividades na área da tecnologia e com grandes dificuldades de ser modificado, mesmo porque não me parece necessário.
Por outro lado a Cerificação do Software é uma ação que além de muito nova, é restrita a área da saúde e poderia ser substituída por Homologação do Software.
Por outro lado, neste mesmo momento estamos convivendo com os processos de Acreditação Hospitalar que além de ter uma terminologia internacionalmente adotada, vem confundir mais ainda as nossas “certificações”.
Assim sendo, por exemplo, poderíamos ter a
A instituição ABC ACREDITADA pela Joint Commission International,
Possui o Software XYZ HOMOLOGADO pela SBIS/CFM
Com CERTIFICAÇÃO DIGITAL em todos seus setores.
Os termos Homologação, Certificação e Acreditação estariam referindo-se a coisas distintas e sem a menor chance de confusão.
Parece que a SBIS, que recém publicou sua última versão do Manual de Cerificação, está estudando a questão, pois argumenta que praticamente no mundo inteiro se usa o termo "Software certification". O próprio Presidente da SBIS tentou dirimir a dúvida em artigo publicado no Business saúde.
Todo este processo é muito novo para todos nós que nele estamos envolvidos, permeados de dúvidas e questões que vão aparecendo e sendo progressivamente solucionadas, com apoio da SBIS/CFM bem como a ANVISA com um trabalho competente e brilhante.
Outra questão esquecida nos eventos diz respeito à um nova personalidade que está chegando, ou já chegou em nosso meio, e que esta sendo chamada de Paciente Expert ou Paciente Informado.
Recentemente escrevi um post sobre o assunto tendo em vista a relevância do mesmo, e tivemos um evento, que também está disponível em vídeo.
De uma forma simples trata do paciente que usa as informações da internet para esclarecer suas dúvidas com relação a um diagnóstico médico que tenha sido feito, ou mesmo busca informações para se municiar para a consulta médica. Ou seja, antes ou depois da consulta médica, o paciente procura a internet para se informar.
Não tenho a intenção de discutir o assunto neste momento tendo em vista a sua complexidade e os vários enfoques sobre o assunto, dependendo do ponto de vista que é abordado.
De qualquer forma dois aspectos são fundamentais e precisam ser rapidamente equacionados.
O primeiro deles é a presença do próprio paciente para discutir com todas as pessoas envolvidas no seu atendimento as questões que lhe dizem respeito.
Não faz sentido nos dias de hoje uma discussão sobre Prontuário Eletrônico do Paciente sem a presença do paciente.
A segunda questão é estabelecer critérios para que as informações postadas na rede tenham credibilidade e sejam verdadeiras. Estas ações me parecem mais complexas no sentido que deverá envolver um número significativo de pessoas e Instituições para que se possa oferecer ao Paciente Informado a informação de boa qualidade.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Imagem da semana

Morador de rua conectado

Mr. Pitts fotografado no Transbay Terminal, San Francisco, por Brian L. Frank, The Wall Street Journal

sexta-feira, 5 de junho de 2009

A origem da @

Na idade média os livros eram escritos por copistas (precursores da taquigrafia), que usavam símbolos e sinais e abreviaturas para poder economizar papel e tinta que eram caríssimos.
O nome Francisco em espanhol era escrito Phrancisco que foi abreviado para Phco, depois para Pco e daí ganhou o apelido de Paco.
Por outro lado o entrelaçamento de letras era um recurso muito usado pelos copistas, pois ele sempre economizava letras.
Para substituir a palavra latina et (e), os copistas criaram um símbolo que é o entrelaçamento das duas letras, que resultou no &, que hoje é mundialmente conhecido como “e comercial”, e que teve a seguinte evolução:
A preposição latina ad, que tinha o sentido de “casa de” ganhou pela técnica do entrelaçamente o símbolo @ pela seguinte evolução:




Quando da chegada da imprensa os copistas se foram, mas os símbolos @ e & continuaram a ser usados nos livro de contabilidade.
O @ passou a aparecer entre o número de unidades da mercadoria e o preço, pois na época o símbolo @ em inglês era conhecido como at ( a ou em). Portanto, o registro contábil “10@ £3” era lido como dez unidades a três libras cada uma.
No século XIX, nos portos do norte da Espanha o comércio e a indústria procuravam imitar práticas contábeis dos ingleses. Como os espanhóis desconheciam o sentido que os Ingleses atribuíam ao símbolo @ ( a ou em), acharam que o ele seria uma unidade de peso,pois duas coincidências contribuíram para este entendimento:
1- A unidade de peso para os espanhóis na época era a arroba, e o símbolo @ era entendido como um "a"de arroba.
2- Os carregamentos desembarcados vinham geralmente em fardos de uma arroba. Dessa forma os espanhóis liam aquele mesmo registro “10@ £3” da seguinte forma: “dez arrobas custando 3 libras cada uma”, o que era sensivelmente diferente e mais barato do que a interpretação original, algo em torno de 15 vezes mais barato.
Por isso o símbolo @ passou a ser chamado de arroba, que para os espanhóis era uma unidade de peso.
A palavra arroba tem origem do árabe “ar-ruba”, que significa “a quarta parte”, que correspondia a ¼ de outra medida , o quintal (quintar), também de origem árabe, que equivale a 58,758 kg. E por isso a arroba equivale a 14,7 kg.
No Brasil a arroba é utilizada como medida de peso de produtos agropecuários e equivale a 15 kg. Em 1874 começaram a ser comercializadas nos Estados Unidos as primeiras máquinas de escrever, sendo que Mark Twain foi o primeiro autor a apresentar seus originais datilografados. O teclado tinha o símbolo @ que sobreviveu nos teclados dos computadores.
Em 1972, ao desenvolver o primeiro programa de correio eletrônico, Roy Tomlinson precisava encontrar um símbolo que separasse o nome do usuário do nome da máquina em que este tinha a sua caixa de correio (provedor). Ele escolheu o símbolo @ que, para qualquer americano, significa exatamente o que precisa significar neste contexto: at (em). Assim “fulano@provedor x” passou a significar “Fulano no provedor X”.
Em diversos idiomas, o símbolo “@” ficou com o nome de algo parecido com sua forma.
Em Italiano chiocciola (caracol).
Em Sueco snabel (tromba de elefante)
Em holandês apestaart (rabo de macaco)
Em alemão klammeraffe (rabo de macaco).
Em finlandês miukumauku (símbolo do miau).
Em húngaro kukac (minhoca).
Em Israel strudel (doce enrolado)
Na Áustria pretzel (bolacha enrolada)

Material obtido em parte de revista Nascente volume Tevet/Shevat 5768, paginas 25, 26.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Imagem da semana

Equipamento médico extinto, substituído pelo ultrassom

Estetoscópio obstétrico de Pinard em madeira e versão mais "moderna" em alumínio