Graaaaaaaaaande Alencar

É muito comum pessoas em situação de inferioridade, fraqueza e especialmente doença, deixarem transparecer seus sentimentos maiores e muitas vezes características de sua personalidade que acabam mostrando como elas realmente são. Esta é a sensação que começou a crescer dentro de mim com relação ao nosso vice presidente José Alencar Gomes da Silva.
Aliás, ultimamente algumas declarações e atitudes do senhor vice-presidente vinham chamando minha atenção, mas como aprendi que não devemos dar crédito ou importância aos nossos políticos, resisti em enxergar Jose de Alencar como uma exceção à regra.
Mas acho que vou ter mesmo que reconsiderar minha visão deste homem, que ao sair do Hospital Sírio Libanês em São Paulo no último dia 17/02, falou entre outras:

“Onde está a coragem para um cidadão que não tem alternativa? Enfrentar a cirurgia não foi coragem, mas uma decisão única”.

“Eu tenho tido privilégios. Eu às vezes fico meio com complexo de culpa porque sou vice-presidente da República e os brasileiros todos deveriam ter um tratamento como esse que eu tenho tido. Eu fico triste de não poder oferecer a todos os brasileiros isso que eu tenho recebido”.

“Não temo a morte. Eu quero pedir a Deus que não me dê nenhum dia a mais de vida a não ser que esse dia de vida seja objeto de orgulho não só da minha parte como da minha mulher, dos meus filhos, dos meus netos, dos meus irmãos, dos meus amigos e dos brasileiros”.

Com simplicidade, irreverência, muita emoção e bom humor, durante quase trinta minutos falou de tudo que foi questionado.

“Mineiramente” negou-se a falar de política. “Quando a gente está no hospital, é incrível, não surgem assuntos de política, a gente só fala de saúde”. (Ele deve ter percebido que no hospital não se mexe com coisa suja, apenas as limpas).

Muito religioso, próximo de uma imagem de Nossa Senhora do Sorriso, agradeceu a Deus e nominalmente um a um aos médicos e toda a equipe de profissionais que com ele tiveram contato nos seus 23 dias de internação.
Amparado e sob aplausos saiu da cadeira de rodas e dirigiu-se, vagarosamente ao carro, que o levou para casa, segundo ele “para chegar em casa e comer arroz e feijão com tempero mineiro”.

Acho que aí temos um Homem que como um todo e especialmente como político, é um ponto fora da curva.
Parabéns graaaaaaaaaande Alencar, seja feliz.