Por outro lado, a imagem do plano de fundo foi feita pela Curiosity Mars Science Laboratory em 08 de setembro de 2012 no 33º dia após o pouso na superfície de Marte observando-se o solo marciano como jamais foi visto. E também não é bobagem...
Image credit: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Quer emagrecer? então leia...

Neste começo de ano é muito comum as pessoas planejarem metas para serem cumpridas, para resolver questões que há tempo vem atrapalhando ou incomodando no seu dia a dia e o início do ano costuma se apresentar propício para estas ações. A perda de peso está na lista de inúmeras pessoas.
Se você está querendo perder peso não perca tempo buscando dietas ou soluções milagrosas. Você somente vai emagrecer se usar o mesmo método que usou para engordar, ou seja, você foi sem vergonha ou então perdeu a vergonha,(estou partindo do princípio que você não tem nenhuma doença que cause obesidade). Pois então o único método infalível para perder peso é voltar a ter vergonha e reaprender a comer, ou melhor, reconstruir um estilo de vida.
Remédio para emagrecer?
Qual foi o remédio que você tomou para engordar?
Pois é, não faz sentido tomar qualquer medicamento para emagrecer.
Qual é a lógica em tomar um medicamento para aumentar o metabolismo e conseqüentemente perder alguns quilos às custas de uma doença provocada, com vários efeitos colaterais?
Ou um medicamento que tira o apetite, que é um dos melhores indicadores de saúde em qualquer idade da vida?
Intervenções cirúrgicas para perder peso?
Também não faz sentido. Reduzir o volume do estômago para comer menos ou retirar um pedaço do intestino para provocar diarréia é tentar resolver um problema, criando outros talvez mais graves e complexos que a própria obesidade.
Vamos deixar claro a boa indicação de algumas intervenções para casos especialíssimos em que a obesidade passa a ser risco de morte.
A História da Medicina já mostrou grandes equívocos que foram cometidos quando se retiravam órgãos sem sequer saber para que eles existiam. Na década de 50-60 a retirada das amígdalas acontecia praticamente na primeira ou até mesmo sem infecção, desde que a criança não tivesse um bom desenvolvimento, e já que vai operar uma criança porque não operar seu irmãozinho?. A retirada do apêndice muitas vezes acontecia para aproveitar um outro ato cirúrgico, pois a “a barriga já estava aberta”.
Mais recentemente retiramos uma veia da perna para substituir uma artéria do coração (ponte de safena); isto é um desrespeito anatômico, ou melhor um “quebra galho” na falta de algo melhor, que evidentemente tem os seus méritos.
Imagine então as mutilações de órgãos que hoje em dia estão propondo e fazendo e que seguramente entrarão dentro de algumas décadas como novos exemplos de equívocos médicos cometidos.
Aliás, dieta do ponto de vista médico, por definição é algo que tem momento para começar e terminar. Por exemplo, se você tem uma infecção intestinal você poderá receber do seu médico uma dieta como esta:
1º dia: jejum.
2º dia: chá e torradas.
3º dia: caldo de galinha magro com arroz e batatas bem cozidos, bolacha aqua e sal.
4º dia: alimentos sem resíduos bem cozidos, sem temperos fortes e em pequena quantidade, varias vezes por dia.
5º dia: após funcionar o intestino, volte progressivamente a alimentação normal.
Como você vê isto sim é uma dieta, que começou no dia 1º e terminou do dia 5º ou 6º e resolveu o seu problema juntamente com alguma medicação, pois era uma situação aguda. É bem possível que nestes dias você tenha perdido alguns “quilinhos”, mas esta perda foi secundária e como conseqüência da doença em questão. Para manter um ritmo fisiológico de emagrecimento a dieta não vai servir para nada, pois mais uma vez ela tem dia para começar e terminar e faz parte de um tratamento médico para uma determinada enfermidade. É verdade que algumas dietas são estabelecidas para longos períodos ou para toda a vida como dieta para Insuficiência renal crônica, para diabetes, etc, mas este não é o nosso foco.
Se você digitar “dieta” no Google, por exemplo, você vai ter mais de 9 milhões de referências, que provavelmente pouquíssimas tem algum respaldo científico ou coerência médica, mas este número é expressivo para mostrar o tamanho do problema e quanto as pessoas buscam soluções. O que você precisa é reorganizar a sua vida como um todo e a alimentação é apenas um dos aspectos. Muitas pessoas acabam precisando de ajuda multidisciplinar de nutricionista, médico, psicólogo, profissional de educação física e outros. E é exatamente por isto que já estamos vendo nas grandes cidades empresas que põem a disposição dos interessados todas estas necessidades.
Apesar de não ser um especialista no assunto, o fato de ser cardiologista fez com que durante toda a minha vida eu lutasse contra a obesidade dos meus pacientes cardiopatas pois obesidade e cardiopatia é uma dupla explosiva. Assim sendo, este post traduz apenas o meu aprendizado e as minhas convicções.
Gostaria de comentários.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito boas as suas colocações, doutor. É uma pena que a maioria das pessoas que busca perder peso não receba esse tipo de orientação nos consultórios. Parece que os médicos estão se rendendo facilmente aos apelos dos pacientes por um "tratamento milagroso", que não exiga esforço! É essa busca por facilidade que permite aos laboratórios desovar infinitos fármacos no mercado, os quais nem sempre com a devida eficácia comprovada.

É isso. Abraço!
Fernando P. Silva, São Paulo-SP

Leonardo Diamante disse...

É isso aí Fernando. Milagroso mesmo, pois às vezes leva a morte uma pessoa saudável. A solução deste tipo de problema passa obrigatóriamente pelas autoridades governamentais, que além de incompetentes não estão interessadas na questão.
Abs