Por outro lado, a imagem do plano de fundo foi feita pela Curiosity Mars Science Laboratory em 08 de setembro de 2012 no 33º dia após o pouso na superfície de Marte observando-se o solo marciano como jamais foi visto. E também não é bobagem...
Image credit: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O cérebro visto em 3D

Pesquisadores da Universidade da Califórnia (UCLA) desenvolveram um equipamento que pode gravar o disparo de milhares de neurônios individualmente, traçando o mapa de como eles se comunicam ou, até mesmo, onde estão suas falhas de comunicação. Este equipamento que não deixa de ser um microscópio consegue fazer imagens em alta resolução e em 3D de algumas atividades do cérebro.
Publicada na Nature Methods, esta pesquisa liderada pelos Drs. Katsushi Arisaka e Carlos Portera-Cailliau teve como principal objetivo encontrar a causa de algumas desordens que não apresentam sintomas visíveis ou anatômicos no cérebro. Ao contrário de uma hemorragia cerebral, caracterizada pela morte de células, ou dos tumores, doenças como autismo e esquizofrenia caracterizadas pelo aumento desordenado de células, não demonstram sua presença fisicamente no órgão. Visualizar a atividade cerebral seria, portanto, a chave para entender essas doenças.
O microscópio super-rápido e não invasivo e criado pelos neurologistas da UCLA funciona excitando fótons no cérebro de ratos. Os pesquisadores anteriormente já haviam usado técnicas de imagens, mas elas não permitiam visualizar o que acontecia em regiões mais profundas da crânio, e também não eram muito rápidas.
A tecnologia desenvolvida foi chamada de microscopia multifocal de duplo-fóton com múltiplas excitações-emissões no espaço-tempo, ou STEM. O primeiro passo é usar uma tinta de cálcio fluorescente, que é colocada nos neurônios dos animais. Depois, o laser do microscópio é aplicado no cérebro e excita os elétrons da tinta, que libera fótons. Essas partículas de luz são detectadas e podem, assim, permitir que a atividade cerebral seja mapeada.
Além disso, os pesquisadores conseguiram partir o feixe principal de laser em quatro pequenos feixes. Essa divisão fez com que os disparos dos neurônios fossem gravados quatro vezes mais rápido do que as técnicas anteriores permitiam. Com a ajuda de um segundo feixe de laser, os neurônios foram gravados também em diferentes profundidades, dando um efeito 3D inédito ás imagens.
Veja o resumo do trabalho clicando aqui.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Imagem da semana

Nasa/Divulgação

A maior explosão na superfície do Sol dos últimos quatro anos foi registrada por observadores no dia 15 de fevereiro passado pelo Solar Dynamis Observatory da Nasa (SDO).
O SDO gravou imagens da chama com extrema radiação ultravioleta sendo emanada a partir de um ponto único do Sol.
O Serviço Geológico Britânico (BGS) emitiu um alerta, dizendo que o fenômeno chamado de "X-flare", emite luzes noturnas decorrentes da atividade solar, poderiam ser observadas no norte da Grã-Bretanha e que esse tipo de atividade radioativa pode afetar nossas comunicações e a navegação via satélite, redes elétricas e operações de aeronaves que voam em altitudes elevadas.
Especialistas dizem que o Sol está "acordando", após um período de vários anos de pouca atividade. As erupções e consequentes feixes luminosos são causados por uma repentina liberação de energia magnética guardada na atmosfera solar.
O BGS acredita que o estudo das atividades solares anteriores pode ajudar a estabelecer previsões sobre feixes futuros e evitar eventuais danos a infraestruturas terrestres.
Desta forma sabe-se que em 1972 uma tempestade geomagnética provocada por um feixe solar derrubou a rede de comunicações do Estado americano de Illinois, e em 1989 foi a vez da rede elétrica de Québec, no Canadá.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O fracasso do PEP

O Dr. Adriano Cavalcante Sampaio, professor e pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Pernambuco, desenvolveu em uma tese de doutorado pela Fiocruz-Pernambuco um tema pouco discutido entre nos médicos: o zelo no preenchimento do prontuário do paciente.
O estudo foi denominado “Avaliação do Preenchimento de Prontuários e Fichas Clínicas no IV Distrito Sanitário Recife PE”. A pesquisa analisou 750 prontuários de internação de adultos e crianças em cinco hospitais, nas clínicas médica e pediátrica de dois hospitais privados, dois públicos e de um filantrópico do Recife. O pior resultado ficou com os hospitais particulares, onde 71% das fichas de clínica médica e pediátrica foram consideradas péssimas. O índice é maior que o dos hospitais públicos, que têm 65% dos documentos nessas condições. Apenas o hospital filantrópico pesquisado apresentou um resultado abaixo da média: 44%.
Espelho da relação entre médico e paciente, o prontuário não foi preenchido de forma adequada, na maioria dos casos estavam incompletos ou ilegíveis.
Não podemos afirmar se a falta de zelo acontece por se tratar de ação rotineira, ou mesmo desinteressante, o fato é que escrever corretamente em um prontuário não parece estar entre as prioridades de muitos médicos.
Deve-se considerar a falta de tempo e os longos e estressantes plantões a que esses profissionais são frequentemente submetidos. Essa é uma realidade vista em todo o país, o que por sua vez não justifica o inadequado preenchimento do prontuário. Este mesmo prontuário que é o espelho da relação entre médico e paciente, este documento, o prontuário, é o maior aliado do médico e da instituição de saúde. Quando acionados judicialmente, uma prescrição correta, um procedimento indicado com precisão e, tão importante quanto, o carimbo e a assinatura do médico em letra legível, podem fazer a diferença para uma condenação civil ou criminal.
A metodologia aplicada considerou a primeira e a última consulta. O trabalho de campo revelou que um dos hospitais privados pesquisados chegou a ter 100% dos prontuários de clínica pediátrica na primeira consulta considerados péssimos, chamando a atenção o fato de um dos hospitais, um dos maiores do Recife, estar todo informatizado e mesmo assim isso não impediu que o médico deixasse o documento incompleto.
A situação é mais grave ainda quando se considera que o conceito péssimo, o documento precisa ter menos de sete itens preenchidos, de um universo de 27.Pior ainda é que, nem todas as sete respostas estavam completamente legíveis.
Para aqueles que não sabem, o prontuário médico é um conjunto de documentos com informações sobre a saúde e a assistência prestada ao paciente, e por isso deve ter a identificação do usuário, exames, evolução e procedimentos adotados. Quando não é preenchido de forma adequada, o paciente corre riscos de ser vítima de erros na administração de medicamentos e de falta de continuidade no tratamento. Os próprios médicos também podem ser prejudicados no caso de surgirem questionamentos sobre as condutas adotadas e processos jurídicos, pois se tornam vulneráveis.
Quando se fala na primeira consulta da clínica médica, a situação também é preocupante. Os hospitais privados têm problemas graves em 68,5% dos prontuários, enquanto os públicos têm em 60% e o filantrópico, em 59,5% da documentação.
Este fato por si só impede a construção de políticas públicas para melhorar a saúde da população. Como os governos vão saber do que as pessoas adoecem, como vão planejar medicamentos, o número de médicos? É preciso saber do que o indivíduo adoece, e assim por diante.Em uma rede pública onde o rodízio de profissionais é intenso, a situação é mais preocupante ainda, pois o usuário também não tem a cultura de valorizar o prontuário, mas ele pode exigir o documento quando for à consulta seguinte. O material deve ficar guardado sob a responsabilidade dos hospitais.Os hospitais obrigatoriamente têm comissão de revisão de prontuário, mas na prática elas não funcionam, o que é um risco a mais para o paciente e o médico.
As principais dificuldades citadas pelos médicos ouvidos na pesquisa na hora de preencher o prontuário é a falta de tempo, e os múltiplos empregos. Muitos passam rapidamente pelos hospitais, pois alegam que precisam de outros trabalhos, já que ganham pouco em apenas um. Porém, eles não podem pôr uma vida de um paciente em risco por conta de má remuneração.
O Conselho Federal de Medicina, normatiza essa relação por meio da resolução 1.638/02 que, determina que o prontuário é obrigatório, único, constituído pela junção de informações, imagens e fatos sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada. É por meio dele que se faz a comunicação entre a equipe multiprofissional que acompanha um mesmo caso.
Desta forma é possível se respaldar por ele, quando por exemplo é necessário demonstrar boa-fé do médico na relação com o paciente; demonstrar ao Conselho Regional de Medicina a inexistência de infração ética do médico; e a não condenação judicial tanto do profissional como da instituição de saúde em eventual ação de responsabilidade civil por erro médico.Mas para que isto aconteça é necessário que o prontuário esteja devidamente preenchido. De qualquer forma está claro que o médico apesar da sobrecarga de trabalho, deve parar para preparar o relato do que sabe sobre o paciente. Isso é uma determinação do Código de Ética Médica.
Aqui cabe uma breve observação do enorme crescimento do Direito Eletrônico, ou Direto Digital, que entre outras, abraça também as questões da área da saúde quando se usa sistemas de gestão, como é o prontuário eletrônico. Em consequência o erro médico é considerado quando há ação equivocada, por negligência, imprudência ou imperícia ou mesmo quando há omissão pelo profissional, ou seja, a escolha terapêutica deve ser bem fundamentada no prontuário e a sua condução também, de modo a não deixar dúvidas sobre ser a melhor escolha naquele momento e com aquela ferramenta disponível.
Diante disso tudo que aqui foi dito e da constatação inequívoca do estudo em questão, que reflete o dia a dia dos hospitais brasileiros, inclusive os particulares, as universidades e as instituições de saúde precisam encontrar maneiras de conscientizar os profissionais sobre como esse documento deve ser encarado com toda a seriedade e bom senso.
Entendemos que o principal problema é educacional, e a falta de uma formação acadêmica adequada. Nas universidades públicas e privadas, com raras exceções, o prontuário não é tratado como instrumento científico e pedagógico. Ele é visto de forma burocrática, pois os professores não lhe dão o devido valor, o que não estimula a qualidade ética do atendimento, e não respeitando o paciente, não se respeita o seu direito. Este é o único caminho a trilhar.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Imagem da semana


A foto de uma mulher afegã cujo nariz e orelhas foram cortados pelo marido ganhou na sexta-feira 11 de fevereiro o prêmio World Press Photo, um dos mais cobiçados em fotojornalismo.
A foto foi clicada pela sul-africana Jodi Bieber, contrastando a beleza da mulher com o sinal evidente da violência cometida após fugir de um marido abusivo.
Bieber, que já tem outros oito prêmios World Press Photo, é fotojornalista do Instituto para Gerenciamento de Artistas e trabalha para vários veículos, e já publicou dois livros sobre a África do Sul.
Os membros do júri disseram que a foto, embora chocante, foi escolhida porque mostra a violência contra as mulheres com uma imagem digna.
A afegã Bibi Aisha, 18, foi resgatada por tropas americanas no Afeganistão e vive agora nos Estados Unidos.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nascidos na rede parte II

Muitos são os especialistas que estão se dedicando a esta questão, sejam eles médicos, educadores, advogados ou até mesmo especialistas em tecnologia da informação, como aqueles que se dedicam as mídias sociais e segurança da informação.
Alguns se mostram receosos, aconselhando evitar colocar fotos e vídeos dos bebês ou crianças na internet, e sugerindo enviar notícias para familiares e amigos através de uma rede fechada ou por e-mail.
A Dra Juliana Abrusio, especialista em direito eletrônico recomenda estas providencias no sentido de evitar ou diminuir a incidência de crimes como apropriação da imagem das crianças, sequestro e pedofilia. Além do temor à segurança, a divulgação de fotos e vídeos afeta a questão da identidade que um dia as crianças, já adolescentes ou adultas vão querer ter na rede. Afinal, quando crescerem, elas poderão não gostar daquela foto ou vídeo postado pelos pais no qual aparecem de uma forma que não gostariam que tivesse sido divulgado.
Evidentemente neste momento aparecerá o primeiro problema criado pelo conflito de gerações.
O Google Brasil, responsável por sites como Orkut e YouTube, tem consciência de toda esta problemática que envolve as crianças, como também aquela referente as informações de saúde consultada por adultos. Entretanto pouco é possível fazer tendo em vista o conceito de liberdade e não censura ao uso da internet, cabendo à responsabilidade maior aquelas pessoas que divulgam a informação e não aqueles que as disponibilizam. Para isto é fundamental o conhecimento sobre as ferramentas da internet e a percepção do impacto que as informações podem causar na vida futura destas crianças.
Por outro lado as redes sociais se por um lado traduzem liberdade, fácil comunicação, interoperabilidade entre pessoas, etc. por outro podem ser uma ameaça se não usadas com critérios.
Pesquisa realizada pela fabricante de softwares de segurança AVG Technologies apontou que 69% das crianças usam primeiro um computador, antes mesmo de praticarem outras atividades consideradas normais para sua idade. Eis alguns números obtidos nesta pesquisa:
92% das crianças americanas já estão on-line aos dois anos.
73% das crianças dos países da União Europeia também estão on-line nesta idade.
37% dos recém-nascidos do Reino Unido têm vida on-line a partir do nascimento.
37% das crianças do Canadá iniciam a vida virtual quando os pais postam exames de pré-natal na internet.
7% dos bebês e das crianças pequenas têm um endereço de e-mail criado pelos pais.
5% têm perfil em rede social
70% dos pais disseram que o objetivo é compartilhar informações com amigos e familiares
22% das mãe assumiram que queriam acrescentar mais conteúdo aos seus perfis nas redes sociais.
Como se vê pela tradução destes números o assunto é não apenas complexo como também preocupante.
Estas crianças que usam precocemente as redes sociais e se tornam superexpostas, não têm maturidade para saber separar o que é bom e ruim na internet, e nós ainda não temos um mapeamento desta situação e, por conseguinte não temos certeza das repercussões futuras deste tipo de mídia na sociedade.
Outro importante estudo foi realizado em 2009 pela empresa de proteção digital Symantec Norton revelando que os termos como “porn” e “sex” estão entre as cinco palavras mais pesquisadas na rede por crianças com menos de 12 anos. Se somos bombardeados o tempo inteiro por mensagens de conteúdo duvidoso, encontrar o caminho para o proibido também não é difícil para quem já nasceu online. Enquanto muitos pais se preocupão quando o filho navega pela internet, o professor especializado em interações digitais da University of the West of England, Lee Salter, propõe olhar a questão por outro ângulo. “As crianças sempre tiveram acesso a material sobre sexo e violência, seja nos filmes, seja em revistas ou até mesmo em casos contados por amigos na escola. Se a questão é o acesso por meio do computador, devíamos analisar primeiro por que esse tipo de material está sendo produzido na nossa sociedade”.Culpar a internet é como atirar no mensageiro que vem entregar uma má notícia”, completa Salter.
Ações institucionais como a cartilha lançada pela OAB com o nome de Uso seguro da internet para toda a família, ou o projeto LEEME (Laboratório de Estudos em Ética nos Meios Eletrônicos) da Universidade Mackenzie, são relevantes em seus propósitos e ações. Por outro lado atividades de estudiosos no assunto como Dra. Helena Garbin, Dr. André de Faria Pereira Neto da Fiocruz, Wilma Madeira da Silva, do Instituto de Políticas Públicas Florestan Fernandes, e da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, co sua tese de mestrado Navegar é preciso: avaliação de impactos do uso da internet na relação médico-paciente, Susana Estefenon e Evelyn Eisenstein autoras do livro Geração Digital, também representam um esforço significativo para equacionar melhor este enorme problema onde estamos apenas dando os primeiros passos, de uma longa caminhada.
Eu, pessoalmente acho que o caminho da solução do problema passa obrigatoriamente pela educação, educação e educação, não só das crianças e adolescentes, como também de seus pais e/ou responsáveis, penso que também fiz e continuo fazendo a minha parte.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Imagem da semana


A Nasa publicou no ultimo dia 4 na revista Science uma sequencia fotográfica das dunas de areia da zona norte de Marte, que até agora estavam congeladas.
As fotos mostram nitidamente movimentos bruscos e gradativos, tendo sido obtidas pela câmera de alta resolução da sonda de reconhecimento Mars Reconnaisance Orbiter (MRO).
A sonda espacial MRO foi enviada ao 'Planeta Vermelho' no dia 12 de agosto de 2005 e entrou na órbita marciana em 10 de março de 2006. Operado pelo Jet Propulsion Laboratory da Nasa, o MRO conta com uma antena de três metros de diâmetro com a capacidade de transmitir 6 megabits por segundo, assim como câmeras de alta definição com capacidade suficiente para captar com clareza objetos do tamanho de uma escrivaninha.
Em 2008 foi finalizada a primeira fase de prospecção científica que continuou com as pesquisas da superfície e da atmosfera do planeta. Além do descobrimento de grandes massas de água nas latitudes médias do planeta, o MRO determinou que a água “esculpiu” a superfície de Marte há milhões de anos e determinou que em sua superfície existiram diversos ambientes hidrográficos, alguns ácidos e outros alcalinos.
As imagens obtidas sugerem que as mudanças detectadas refletem tratar-se de um das paisagens mais ativas de Marte, pois a quantidade e a magnitude das mudanças foram realmente surpreendentes, assinalou Candice Hansen, do Jet Propulsion Laboratory e da Arizona Lunar and Planetary Laboratory at the University of Arizona, in Tucson responsável pela análise das fotografias tiradas em um período de dois anos marcianos, equivalentes a quatro anos da Terra.
Hansen informou que o nível de erosão em só um ano de Marte foi realmente surpreendente, e em alguns lugares se desprenderam centenas de metros cúbicos de areia como em um desmoronamento. Além disso, descobriu-se que as "cicatrizes" das avalanches de areia podem ser apagadas parcialmente em apenas um ano marciano, que equivale a 687 dias na Terra. Fotos: Nasa/Divulgação.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Nascidos na rede – parte I

Crianças nascem com transmissão do parto via internet, com eventuais parentes ou amigos, do outro lado do mundo, acompanhando seus primeiros momentos de vida em tempo real. Esta é uma realidade comum em muitas das nossas maternidades, infelizmente nem sempre com os devidos cuidados de segurança da informação. No dia do parto, os pais recebem uma senha para distribuir entre aqueles que julgam poder ter acesso à transmissão, o que me parece muito pouco, mas este não é o assunto de hoje.
Estas crianças praticamente já nascem “conectadas”, e diferentemente de quem conheceu a internet após aprender a escrever, é provável que elas e boa parte das crianças nascidas neste milênio aprendam a digitar antes mesmo de traçar as primeiras letras no papel.
Estas crianças estão sendo chamadas de “nativos digitais” por John Palfrey, que é autor do livro “Born Digital”, pois são as primeiras a nascer em um mundo totalmente imerso na internet.
As primeiras iniciativas para a presença digital é frequentemente dado pelos pais. Muitos abrem uma conta de e-mail antes ou logo após o nascimento. Outros com apenas poucos meses de vida já tem um blog, estão no Orkut, tem uma página no Flickr, além de evidente, alguns vídeos no YouTube. Isto é feito com o propósito de dividir esses primeiros momentos com amigos e parentes, que moram em outros estados ou países.
A diferença entre as gerações dos avós e pais destes rebentos é imensurável. As crianças “nascidas na rede” convivem com toda esta tecnologia que hoje nos envolve, enquanto seus pais usaram filmes em suas máquinas fotográficas, presenciaram a chegada dos telefones celulares, da televisão a cores, dos bancos informatizados, e outras tantas novidades das décadas de 70 e 80. Com relação aos seus avós vamos apenas citar que viram chegar os primeiros televisores (em preto e branco), os primeiros computadores, os aviões com turbinas no lugar de hélices, os relógios movidos a bateria, etc. Estas diferenças entre as gerações criaram estilos de vida totalmente diferentes obrigando a cada uma delas um esforço muito grande para entender cada um destes momentos diferentes. De uma forma geral os jovens entendem com muito mais facilidades os mais idosos do que estes compreendem os jovens. Penso que na história do mundo moderno nunca se presenciou um abismo tão grande entre três gerações. A característica mais marcante desta geração conectada é a visibilidade, uma vez que tudo é tornado público, muitas vezes sem a anuência do protagonista central, ou então até mesmo à sua revelia.
Desta forma, a pergunta inevitável é: quais são as consequências dessa exposição?
Continuaremos na próxima semana.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Imagem da semana

Animais que se disfarçam em plantas

O Professor de fotografia biológica, Alex Hyde especializou-se em registrar animais e insetos que fazem uso de camuflagem para sobreviver. Parte do seu trabalho consiste em fotografar animais e insetos no seu estúdio, no Reino Unido. Professor de fotografia biológica na Universidade de Nottingham, no Reino Unido, Hyde viajou a Madagascar para pôr seu conhecimento à prova, uma vez que o desmatamento das florestas do país está dificultando a luta pela sobrevivência. Apenas 7% da vegetação original da ilha na costa oriental da África está intacta.

Sapo da família Microhylidae, natural de Madagascar, quase fica invisível no meio das folhagens. (Foto: Alex Hyde / Barcroft).


Sapo da floresta Kirindy, no oeste de Madagascar, vive em meio a folhas secas. (Foto: Alex Hyde / Barcroft).


Peixe que se camufla no fundo rochoso na ilha de Mull, na Escócia. (Foto: Alex Hyde / Barcroft).


Louva-a-deus orquídea. (Foto: Alex Hyde / Barcroft).



Lagarto se camufla no tronco de uma árvore. (Foto: Alex Hyde / Barcroft).


Lagarto que costuma viver entre folhas de palmeiras mortas, onde caça invertebrados à noite. (Foto: Alex Hyde / Barcroft)