Eu tenho escrito e reclamado que o desenvolvimento da Tecnologia da Informação em Saúde fez com que aparecessem, para um mercado emergente, novos profissionais, com novo perfil, trabalhando com finalidades muito bem definidas porém com profissão sem nome.
A evolução da medicina está cada vez mais próxima da tecnologia, como por exemplo, robôs que servem de assistentes de médicos, muitas vezes fazendo seu trabalho com a precisão que o ser humano não é capaz. Novos e sofisticados programas de diagnósticos por imagem estão surgindo e cirurgias e pacientes já são monitorados a distância.
Paralelamente os sistemas de gestão do controle do “negócio da saúde” e os sistemas assistenciais de controle do paciente vem abrindo caminho para um cem número de profissionais de várias áreas atuarem, inclusive médicos.
Estes fenômenos não só estão criando novas profissões (não regulamentadas ou reconhecidas) como exigem a educação continuada dos profissionais da saúde, bem como abre frentes para especialistas de outras áreas que nunca imaginaram atuar na área da saúde.
Médicos tornam-se executivos de TI, físicos trabalham em hospitais e engenheiros começam a estudar medicina, para poder exercer com competência a engenharia Clínica, a qual não temos bem definido os seus limites com a TI. Farmacêuticos passam a freqüentar sistemas de gestão para fazer com que a sua velha farmácia participe deste novo modelo de saúde. O mesmo poderia se dizer dos fisioterapeutas cada fez mais armados com equipamentos incríveis todos eles controlados por sistemas muitas vezes tão complexos que necessitam dentro da instituição analistas desenvolvedores e até mesmo engenheiros de sistemas.
Em alguns centros de pesquisa no Brasil onde se trabalha com tecnologia de ponta há investimentos em várias especializações, com profissionais bolsistas em mestrado, doutorado ou pós doutorado. Em algumas Faculdades de Medicina do país já temos incluído na grade curricular a Informática médica.
O desenvolvimento da genômica, com especial enfoque em câncer, a neurociência, o monitoramento de doentes pela e - medicina, a terapia celular e as pesquisas clínicas, são algumas das áreas novas de desenvolvimento tecnológico que necessitam de pessoas com formação adequada.
As áreas que ganham ênfase hoje e a necessidade que as instituições têm de atualizar seus profissionais, fizeram com que mais campo de trabalho fosse disponibilizado para pesquisa, especialmente em doenças vasculares, neurológicas e oncológicas, estas principalmente em diagnóstico, é a opinião do geneticista Carlos Alberto Moreira, que atua como pesquisador há 25 anos e comemora o fato de que ao longo da sua carreira presenciou vários avanços,como a grande explosão da biotecnologia e o advento das novas tecnologias ligada as imagens.
Um dos principais entusiastas da união da medicina com a robótica é o coordenador geral da disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Chao Lung Wen. Ele explica que hoje ocorre uma convergência de profissões em prol da saúde, de forma tal que os profissionais de tecnologia da informação e ciências da computação são importantes para viabilizar os portais de aquisição de informações e obtenção de segunda opinião médica.
Estes profissionais atuam na comunicação via videoconferência ou streaming (áudio mais vídeo em tempo real). No desenvolvimento de softwares acoplados a equipamentos de diagnóstico ou mesmo a robôs que auxiliam em cirurgias, desenvolvimento de ferramentas para educação de médicos e público leigo, com soluções de criação de para facilitar o tráfego, acesso e armazenamento de dados médicos, como prontuários eletrônicos, redes digitais e bancos de dados.
Por outro lado, além dos avanços da telemedicina, é importante para o profissional que pretende trabalhar na área da saúde entender o quanto o Brasil mudou seu perfil em termos de saúde. Estamos saindo do padrão de doenças transmissíveis para as degenerativas crônicas.
Segundo a bióloga Mayana Zatz vamos precisar de médicos que saibam entender e cuidar bem do envelhecimento e isso inclui pesquisar agravos evitáveis e estímulo de bons hábitos. "Nunca houve tanto interesse dos jovens pela genética como hoje. Temos décadas de pesquisa pela frente, para estudarmos plantas e organismos".
"Será possível passar décadas inteiras estudando um único assunto. Cada pesquisador poderá optar por um grupo de genes, doenças ou plantas', ao comentar o campo que surgiu após o seqüenciamento do genoma".
O cirurgião cardiovascular Leonardo Esteves Lima, chega a fazer prognóstico de que em dez anos, cerca de 70% das cirurgias, serão feitas com o auxílio da robótica. Suas últimas empreitadas envolvem a bioengenharia, paixão de adolescente, que ele traduziu em meticulosos robôs, desenvolvidos por empresas americanas e testados por ele em cirurgias cardíacas, que se movem apenas pelo reconhecimento de voz.
A Siemens, assim como outras gigantes de tecnologia, vem investindo na gestão da saúde e na produção de equipamentos eletro médicos. Roberto Braga , engenheiro elétrico especializado em biotecnologia diz que uma de suas tarefas é estudar as necessidades da comunidade cientifica local, e também coordena o treinamento de médicos em tecnologia aplicada e faz um alerta: “tenho procurado médicos e biotécnicos para trabalhar na área de tecnologia, e isso é uma tendência mundial, pois uma empresa de tecnologia não vive só de engenheiros”.
Com este alerta de alguém que não é médico, mas sente a carência de todo o sistema de informação ligada a saúde de uma forma geral, esperamos comover as nossas autoridades para criar cursos de graduação, pós graduação e especialização para que tenhamos material humano suficiente e capacitado para preencher todas estas oportunidades que estão aparecendo , bem como a regulamentação das diversas profissões ou especialidades que estão surgindo.
Neste espaço você vai encontrar questões que de alguma forma originaram o próprio nome do Blog e estaremos abordando as questões da Saúde e da Tecnologia da Informação, ou a mistura das duas, enunciadas como textos e imagens. Esta imagem panorâmica foi capturada pela sonda Phoenix Mars Lander em 10 de Junho de 2008 no 16º dia após o pouso na superfície de Marte e em primeiro plano vemos seus painéis solares e o braço robótico. Credit:NASA/JPL/University of Arizona,Tucson. E não é bobagem...
Por outro lado, a imagem do plano de fundo foi feita pela Curiosity Mars Science Laboratory em 08 de setembro de 2012 no 33º dia após o pouso na superfície de Marte observando-se o solo marciano como jamais foi visto. E também não é bobagem...
Image credit: NASA/JPL-Caltech/MSSS.
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