(Escrito num álbum)
Tradução do poeta Guilherme de Almeida.
“Uma simples mulher existe que, pela imensidão de seu amor, tem um pouco de Deus; e, peia constância de sua dedicação, tem muito de anjo; que, sendo moça, pensa como uma anciã e, sendo velha, age com as forças tôdas da juventude; quando ignorante, melhor que qualquer sábio desvenda os segredos da vida e, quando sábia, assume a simplicidade das crianças; pobre, sabe enriquecer-se com a felicidade dos que ama e, rica empobrecer-se para que seu coração não sangre ferido pelos ingratos; forte, entretanto estremece ao chôro de uma criancinha e, fraca, entretanto se alteia com a bravura dos leões; viva, não lhe sabemos dar valor porque à sua sombra tôdas as dôres se apagam e, morta, tudo o que somos e tudo o que temos daríamos para vê-Ia de novo, e dela receber um apêrto de seus braços, uma palavra de seus lábios. Não exijam de mim que diga o nome dessa mulher, se não quiserem que ensope de lágrimas êste álbum: porque eu a vi passar no caminho. Quando crescerem seus filhos, leiam para êles esta página: êles Ihes cobrirão de beijos a fronte e dirão que um pobre viandante, em troca da suntuosa hospedagem recebida, aqui deixou para todos o retrato de sua própria MÃE...”
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