Por outro lado, a imagem do plano de fundo foi feita pela Curiosity Mars Science Laboratory em 08 de setembro de 2012 no 33º dia após o pouso na superfície de Marte observando-se o solo marciano como jamais foi visto. E também não é bobagem...
Image credit: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Nascimento e Morte, em que momento isto acontece?

A Definição do instante quando a vida começa e termina tem sido objeto de muita discussão.
Na década de 80 a necessidade de captação de órgãos obrigou nos a discutir o momento da morte.
Antes de mais nada devemos deixar claro que morte é um diagnóstico médico. Até então o conceito de morte estava baseada na existência de atividade elétrica do coração. Ou seja enquanto o coração batia existia vida. Inúmeras vezes pude presenciar pacientes com dissociação eletromecanica serem mantidos vivos porque existia atividade eletrica no coração apesar de ele não mais contrair e consequentemente não havia circulação de sangue. No meu entendimento isto já era uma evoluçaão do diagnóstico de morte que até então era feito com estetoscópio para auscultar os batimentos cardiacos e a presença de midríase bilateral.
Assim sendo a discussão evoluiu até a definição de morte cerebral, que acabou sendo aceita em todos os níveis, inclusive religiosos para caracterizar a morte clínica.
O presidente do Conselho de Bioética dos EUA publicou um relatório chamado “Controvérsias na Determinação da Morte”, na tentativa de definir melhor o que vem a ser “morte” e facilitar a retirada de órgãos para transplante.
Nos casos em que a “morte cerebral” é o ponto de partida para a cessação da atividade dos demais órgãos vitais, isso é suficiente para definir “morte”; em outros casos, porém, a possibilidade de manter o organismo vivo a despeito da falência do cérebro complica a conclusão de que o paciente realmente tenha morrido. Assim, no novo documento, a “morte cerebral” é explicada de modo a mostrar que, sem o cérebro, a vida é tão inviável que ela simplesmente não existe. Trata-se de “cessação de compromisso com o mundo”.
“Compromisso com o mundo”, segundo essa definição, é ter a capacidade de trabalhar pela autopreservação, isto é, que o corpo, por ação do cérebro, ainda mantenha funções vitais sem ajuda de máquinas. Isso significa uma interação mínima com o mundo que garanta ao menos o simples ato de respirar. Para o conselho americano, sem que haja alguma atividade cerebral esse “compromisso” não existe. O documento chama isso de “perspectiva filosófico-biológica”.
Passaram se aproximadamente 20 anos para que o ser humano, começasse a discutir o momento do início da vida.
A evolução da ciência e da tecnologia começa a se falar e trabalhar com células tronco, e a expectativa destas celulas embrionárias tornarem-se solução ou alívio para várias doenças, despertou a discussão atual ainda não equacionada definitivamente que é o momento do inicio da Vida.
Exatamente neste 20 de maio de 2010 o J. Craig Venter Institute (JCVI)
anunciou a produção e laboratório do primeiro ser vivo feito com 100% de DNA sintético.
A organização de pesquisa genômica, que não tem fins lucrativos publicou quinta-feira, 20 de maio de 2010 os resultados que descrevem a construção da primeira célula de bactéria sintética auto-replicante, que é aquela que consegue se reproduzir.
Este feito é de grande impacto para a ciência, uma vez que o genoma foi inteiramente projetado em um computador e trazido à vida por meio de uma síntese química sem nenhum pedaço de DNA natural.
A célula criada foi projetada com ajuda de um computador a partir do gene da bactéria Mycoplasma mycoides. Os cientistas fabricaram a seqüência de bases nitrogenadas de DNA original da bactéria em uma molécula correspondente à seqüência original, e transplantaram toda a molécula para uma célula chamada recipiente, que serviu apenas como local para que esta nova molécula sintética pudesse se reproduzir.
A pesquisa já está publicada na Science Express e estará com todos seus detalhes na próxima edição impressa da revista .
O próprio Dr. J. Craig Venter vem trabalhando neste projeto há mais de 15 anos,com uma equipe de mais de 26 pesquisadores.
A pesquisa, embora desenvolvida com um organismo muito simples, abre caminho para uma série de outras possibilidades, como a criação de organismos mais complexos que, eventualmente possam ter alguma utilidade para o a humanidade, como por exemplo, a criação de vacinas ou a produção de organismos que capturem o dióxido de carbono da natureza. Você pode ler maiores detalhes deste estudo clicando aqui, ou aqui.
Evidentemente as restrições ao estudo foram imediatas e podem ser aqui conferidas, ou aqui.
Diferentemente da Vida, a morte gera discusões e polêmicas em varios paises do mundo sendo que ainda estamos longe de um conscenso de forma que cada um dos paises está evoluindo a discussão e achando suas soluções. Por outro lado o aspecto religioso está em desacordo com os princípiods básicos do interesse da ciencia, o que tem sido um grande entrave na evolução das negociações.
Particularmente no Brasil a pesquisa de células tronco embrionárias, já foi regulamentado pela Lei de Biossegurança aprovada pelo Congresso Nacional.

Cadeirante comemora aprovação sobre pesquisas com células-tronco no julgamento da Lei de Biossegurança

Do ponto de vista prático a demora para a definição da questão pode estar comprometendo uma evolução mais rápida na solução de muitos problemas da saude do ser humano.
Gostaria de lembrar ou resaltar que a definição de inicio e fim da vida foi provocada pela evolução da ciência médica e portanto ela é uma das grandes interessada no assunto.
A religião vai na contra mão de todos os resultados científicos do assunto, seja para início como para o fim da vida.
Mas como podemos perceber, o cérebro é sempre o “X” da questão e este é um objeto de estudo da neurociência, teoricamente com menor participação ou envolvimento da igreja.
Quando o cérebro “começa” e quando o cérebro “termina”, confunde-se com o início e fim da vida.
A vitória da ciência tem sido uma vitória para a própria vida, já que tanto as pesquisas de células tronco embrionárias quanto à morte cerebral, resulta em salvar vidas.
Os cientistas estão bem mais preocupados em salvar vidas que a própria religião, e a pesquisa do J. Craig Venter Institute sem dúvida é um marco histórico na evolução da criação da vida, mas também abre espaço para a discussão que normalmente acompanha este tipo de trabalho genético: será ético? E estaria o homem brincando de Deus?
A definição de morte veio em função da doação de orgãos, para manter a vida.
A definição de vida está sendo discutida em funçao da célula embrionária, ou do genoma, para manter a vida.

Nenhum comentário: