Por outro lado, a imagem do plano de fundo foi feita pela Curiosity Mars Science Laboratory em 08 de setembro de 2012 no 33º dia após o pouso na superfície de Marte observando-se o solo marciano como jamais foi visto. E também não é bobagem...
Image credit: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Álcool, uva e chá verde: verdades, mitos e crendices

Desde 2008, por ocasião do Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em Curitiba, quando foi realizado o Simpósio do selo de aprovação da SBC, discutiu-se aspectos relevantes sobre os benefícios da ingestão de alimentos até pouco tempo atrás controversos com relação à saúde cardiovascular, entre eles , o chá verde, o suco de uva e o vinho.
Os benefícios de todos esses produtos são atribuídos aos flavonóides, substâncias que possuem atividade antioxidante.
O consumo moderado de vinho tinto está associado à redução da mortalidade e das hospitalizações por doença arterial coronária.
A ingestão moderada de álcool (uma a duas doses) eleva em torno de 10% os níveis de HDL colesterol (colesterol bom) e atua inibindo a agregação plaquetária.
Recente estudo da Universidade da Califórnia at Davis e do Department of Food Science & Technology, publicada no Journal of the Science of Food and Agriculture mostra que a cerveja ajuda no fortalecimento dos ossos e sugere que é uma fonte significativa do mineral na dieta.
O segredo estaria no silício presente na bebida, ou melhor, no ácido ortosilícico, a forma hidrossolúvel do ingrediente que aumenta a densidade mineral dos ossos.
Pesquisadores analisaram cem rótulos diferentes de cerveja comercial para determinar a relação entre os métodos de produção e o silício resultante.
A equipe do Professor Charles Bamforth concluiu também que as cervejas que contém maiores níveis de cevada e lúpulo são ainda mais ricas em silício. A concentração nas marcas analisadas ficou entre 6,4 e 56,6 mg/L.
Os cientistas não incentivam o abuso da bebida, mas ressaltam que, baseados nos resultados, um consumo moderado de cerveja poderia ajudar a combater a osteoporose.
Por outro lado, o álcool de uma forma geral, aumenta os níveis de triglicérides, e por conseqüência deve ser evitado por portadores de diabetes e hipertrigliceridemia, além do que a ingestão diária de álcool é por definição sinônimo e alcoolismo.
Consumido há mais de 5 mil anos, hoje, centenas de milhões de pessoas bebem chá verde (Camellia sinesis) em todo o mundo. A bebida é feita a partir de folhas não fermentadas, contendo grande concentração de antioxidantes (polifenóis) cujas propriedades beneficiam a saúde cardiovascular como sugerem alguns estudos.
Em média, uma xícara da bebida, contém entre 50 mg e 150 mg de polifenóis. A quantidade recomendada para ingestão gira em torno de 200mg a 300mg da substância, que correspondem a duas xícaras de chá verde por dia.
Recente trabalho publicado no European Journal of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation, comprovou o benefício da bebida sobre a função endotelial através da análise de 14 voluntários que ingeriram chá verde, água ou uma bebida cafeinada. Os benefícios foram nítidos no grupo do chá verde logo nos primeiros 30 minutos de avaliação. A técnica utilizada foi a de dilatação fluxomediada.
Em comentário publicado no referido trabalho, referente ao artigo publicado o Dr. Shailendra Kapoor da University of Illinois at Chicago, apresenta uma extensa bibliografia de referências de estudos promissores sobre a utilização do chá verde, não só para pessoas saudáveis como para pessoas com doenças já estabelecidas.
Estudos experimentais em animais e humanos também mostraram que o chá verde reduz o colesterol total e aumenta o HDL colesterol. Uma pesquisa de base populacional, por exemplo, descobriu que homens que bebem chá verde são mais propensos a terem colesterol total menor do que aqueles que não consomem a bebida.
Em outro estudo, entre homens fumantes, verificou-se que o chá verde reduziu significativamente os níveis sanguíneos de colesterol LDL. As pesquisas indicam que os polifenóis do chá verde podem bloquear a absorção intestinal de colesterol, além de promover sua excreção.
Estudos em animais sugerem ainda que o chá verde pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de diabetes tipo I e tornar mais lenta sua progressão quando já desenvolvido.
A associação de chá verde com cafeína também auxilia na perda de peso e na sua manutenção em indivíduos com sobrepeso e obesidade. Alguns pesquisadores especulam que os polifenóis são responsáveis pela “queima” de gorduras nos indivíduos obesos.
Para finalizar, em associação com uma alimentação saudável, se possível, podemos saborear uma boa xícara de café de manhã, um chá verde após o almoço, um cálice de vinho tinto após o jantar e uma pequena barra de chocolate escuro, antes de deitar, para relaxar a mente e as “coronárias”.

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