Não é feitiçaria ou um truque, é pura tecnologia. A neurociência está tão desenvolvida que, em alguns casos, já consegue “ler” a mente das pessoas. Neurocientistas da UCLA e da Ruthers University estão investindo em uma técnica de observação do cérebro conhecida como ressonância magnética funcional. Esta técnica mostrou resultados promissores, ao provar que é possível determinar, em um ambiente de testes, o que uma pessoa está pensando. No entanto, o estudo, que foi publicada em outubro de 2010 no jornal Psychological Science, é enfático ao afirmar que uma leitura altamente precisa da mente ainda é algo fora da realidade.
Os testes realizados envolveram 130 jovens adultos que tiveram seus cérebros escaneados pela ressonância magnética enquanto faziam uma de oito diferentes tarefas mentais, entre elas: ler em voz alta, combinar pares de palavras que rimavam, contar o número de sons que ouviam, apertar botões conforme instruções e tomar decisões monetárias.
Uma ferramenta estatística foi aplicada em 129 dos resultados para ver as diferenças encontradas no cérebro dos voluntários enquanto realizavam cada tarefa. Depois, a 130ª pessoa era separada e os pesquisadores tentavam dizer quais tarefas ela estava realizando, baseado em sua atividade cerebral. O processo foi repetido com todos os voluntários e os cientistas calcularam com qual precisão acertavam o que cada um estava fazendo.
O acerto, cerca de 80% das vezes, ao contrário das respostas casuais a porcentagem de acerto seria de apenas de 13%. Apesar de satisfatório, o número está longe de ser considerado perfeito. A pesquisa conduzida pelo Dr.Russell Poldrack, da UCLA, foi uma das primeiras a mostrar que a neurociência pode fazer esse tipo de análise em pessoas cujos cérebros não foram mapeados anteriormente. Na maioria dos estudos anteriores, pesquisadores faziam previsões baseadas nos padrões específicos de cérebros que de alguma forma já tinham sido estudados.
Os resultados ainda são ainda limitados, uma vez que só haviam oito opções para as pessoas pensarem durante a ressonância, um número muito pequeno se comparado às incontáveis possibilidades que um ser humano tem para imaginar qualquer coisa.
A ressonância magnética funcional, a tomografia por emissão de pósitrons (PET) e a tomografia por emissão de fóton único (SPECT) têm progredido muito nos últimos anos. Ainda não é possível "ler a mente de alguém", o que é um grande limitante para um diagnóstico em Psiquiatria. Os cientistas estão à procura de marcadores de alterações cerebrais tanto na sua estrutura, quanto em seu funcionamento. Com a contínua melhora da qualidade das imagens, alterações na função cerebral, agregadas ao funcionamento dos receptores químicos, poderão alvez fazer um mapa do funcionamento cerebral consciente e inconsciente e, quem sabe, estabelecer medicamentos que darão aos portadores de transtornos mentais a melhora ou mesmo a cura de doenças graves e hoje incapacitantes.
Um comentário:
Tem uma questão muito importante para a leitura do cérebro. Temos a questão da privacidade. E também temos a questão dos julgamentos. Será possível saber quem realmente comenteu ou não um crime.
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