Um dos cérebros mais famosos do mundo está passando por um processo de dissecação e mapeamento, com imagens transmitidas via internet.
Trata-se de um americano comum que, por uma série de infortúnios, se tornou fundamental para a compreensão do funcionamento da memória.
Henry Gustav Molaison era um jovem epiléptico que sofria com freqüentes ataques. As convulsões começaram a se tornar cada vez mais constantes e severas, de forma tal que, em 1953, ele aceitou passar por uma cirurgia experimental.
Apesar de surtir efeito para o problema, a operação o deixou impossibilitado de formar memória recente. Molaison passou a sofrer de uma amnésia profunda, para gravar fatos recentes. Cada vez que encontrava uma pessoa ou ia a um lugar que não conhecia antes da operação, era como se o estivesse fazendo pela primeira vez.
Relatório da cirurgia indicava que as partes afetadas incluíam: as amídalas, grande parte do hipocampo e a córtex do para-hipocampo de ambos os hemisférios cerebrais.
Desde então, estas estruturas tornaram-se parâmetro para outros casos de amnésia serem comparados.
H.M, como era tratado, mostrou aos médicos que a parte crítica para a memória a longo prazo está localizada na parte média dos lóbulos temporais. Antes, os cientistas acreditavam que a memória era distribuída em diversas áreas do cérebro.
O hipocampo se mostrou especialmente crítico e passou a ser amplamente estudado. O caso de H.M. ensinou também que existem diferentes tipos de memória, com diferentes substratos neurais envolvidos. Por exemplo, ao submeter Molaison a uma série de exercícios mentais repetitivos, constatou-se que, embora a mesma tarefa parecesse nova a cada vez, ele se tornou mais hábil e proficiente com o tempo.
Isso sugere a existência de pelo menos dois sistemas no cérebro para a memória – um para fatos e eventos e outro para o aprendizado motor, como por exemplo, andar de bicicleta. Com o tempo, Molaison também conseguiu formar algumas novas memórias, sugerindo que o cérebro deslocou a capacidade de reter informações a outras áreas para compensar a ausência causada pela cirurgia.
Conforme reportou o The New York Times, no aniversário de um ano da morte de Molaison (aos 82 anos, por complicações pulmonárias), cientistas da Universidade da Califórnia em San Diego iniciaram o processo de dissecação de seu cérebro, doado pelo próprio paciente para estudos.
O procedimento fará 2.500 amostras de tecido cerebral que, por meio de uma técnica de scanner, serão transformadas em um mapa de resolução microscópica. O objetivo do projeto é conduzir um estudo histopatológico completo do órgão para descobrir exatamente a natureza de suas lesões.
Com isso, os pesquisadores pretendem encontrar a exata localização do que levou Molaison à sua falta de memória, o que pode levar a uma compreensão ainda maior do funcionamento do órgão. Depois de congelado a -40º C, o cérebro do paciente está sendo “fatiado” em um procedimento que deve durar 30 horas.
As imagens e informações anatômicas são públicas, e a dissecação pode ser acompanhada até 4 de dezembro via web no site do projeto The Brain Observatory.
Neste espaço você vai encontrar questões que de alguma forma originaram o próprio nome do Blog e estaremos abordando as questões da Saúde e da Tecnologia da Informação, ou a mistura das duas, enunciadas como textos e imagens. Esta imagem panorâmica foi capturada pela sonda Phoenix Mars Lander em 10 de Junho de 2008 no 16º dia após o pouso na superfície de Marte e em primeiro plano vemos seus painéis solares e o braço robótico. Credit:NASA/JPL/University of Arizona,Tucson. E não é bobagem...
Por outro lado, a imagem do plano de fundo foi feita pela Curiosity Mars Science Laboratory em 08 de setembro de 2012 no 33º dia após o pouso na superfície de Marte observando-se o solo marciano como jamais foi visto. E também não é bobagem...
Image credit: NASA/JPL-Caltech/MSSS.
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