O uso da tecnologia na implantação de um PEP ou RES, estará submetida a uma série de normas éticas do CFM que orientam o médico e complementam o procedimento. Uma delas, que não é voltada ao profissional médico, mas para aqueles que desenvolvem sistemas de informação, é a certificação do sistema. Além de tudo isso, o Código de Ética Médica, prevê uma série de posturas, vetos e recomendações aos médicos para o uso de qualquer tecnologia.
Todo e qualquer tipo de PEP, RES ou enfim anotação eletrônica de saúde sempre contém no seu final o CID (Código Internacional de Doenças) do paciente. Alguns sistemas sequer fecham o arquivo ou conseguem se dar alta ao paciente se não houver o CID, e algumas vezes não só o CID primário, como secundário e até mesmo o terciário.
Existe uma grande discussão disseminada que é referente à confidencialidade do diagnóstico do paciente.
Há muitos anos o CID foi adotado para substituir o diagnostico explícito, que comprometia a confidencialidade do paciente.
Por exemplo o diagnóstico explicito de Nefrite túbulo-intersticial aguda pode gerar implicações de várias ordens inclusive trabalhista, o que me leva usar o CID N.10 que quer dizer a mesma coisa porém preservando a confidencialidade do paciente.
Na década de 70 o órgão que fiscalizada o exercício da medicina, entregava ao médico o seu exemplar do CID, que somente quando gasto pelo uso era trocado por um novo, mediante a devolução do usado.
Hoje nada disto mais existe e o CID está na Internet para consulta aberta com todas as suas versões CID 9 (que é usado nos Estados Unidos) CID 10, uma versão com detalhes do CID 10 disponibilizada pelo próprio governo e até o CID 11 que ainda não está pronta, e está aceitando contribuições na sua confecção de pessoas registradas.
Este é um exemplo típico do complicador que a tecnologia trouxe ao exercício da medicina. Entretanto devemos lembrar que o médico formado no final da década de 80 ou início de 90 não conhece esta história porque, nasceram na era do CID digital, e portanto têm uma visão da tecnologia totalmente diferente de quem viveu a “era do papel”.
De qualquer forma o diagnostico ou a informação que era sigilo e do interesse exclusivo da relação médico/paciente hoje é 100% aberta, de domínio publico, com todas as suas consequências éticas.
Entre estas consequências algumas são até interessantes e úteis, pois os órgãos públicos conseguem rapidamente levantar estatísticas de uma determinada doença que tenha afetado uma região um estado, um município ou até um CEP. De posse destas informações é possível com muita facilidade organizar campanhas educacionais, informativas ou ate mesmo de medicina preventiva como uma campanha de vacinação numa comunidade.
Esta mesma informação pode estar sendo usada pela indústria para localizar pessoas com um determinado diagnóstico (CID) para abordá-las com a finalidade de oferecer tratamentos, medicamentos, facilidades, dietas, enfim toda uma gama de produtos ligados aquele diagnostico ou CID.
A pesquisa clínica também pode e deve ser abordada por este mecanismo, para localizar o paciente e convocá-lo para estudos, avaliações aplicações de ações de medicina preventiva, e até mesmo serviço de apoio a decisão.
A medicina preventiva poderá ser beneficiada pois será possível monitorar pessoas com doenças crônicas que necessitam cuidados, com a finalidade de tratá-las adequadamente para que as mesmas não voltem para o hospital por abandono ao tratamento.
Algumas empresas já se convenceram que é muito mais interessante, inclusive financeiramente, atravessar uma cidade para levar ao paciente diabético, insulina, agulha álcool, etc. do que esperá-lo em ceto-acidose diabética, gerando uma conta tremendamente maior. Existem empresas que utilizam este método fazendo curativos diários em ferimentos de pé diabético para que eles não venham ao hospital para um debridamento cirúrgico.
Estas são apenas algumas das boas funcionalidades decorrentes da informatização da medicina em conjunto, com medicina social, assistencial, fisioterapia, nutrologia, entretanto tudo isto deveria e deve preceder de um consentimento informado para que o paciente autorize que sua doença acabe sendo algo de domínio público
Neste espaço você vai encontrar questões que de alguma forma originaram o próprio nome do Blog e estaremos abordando as questões da Saúde e da Tecnologia da Informação, ou a mistura das duas, enunciadas como textos e imagens. Esta imagem panorâmica foi capturada pela sonda Phoenix Mars Lander em 10 de Junho de 2008 no 16º dia após o pouso na superfície de Marte e em primeiro plano vemos seus painéis solares e o braço robótico. Credit:NASA/JPL/University of Arizona,Tucson. E não é bobagem...
Por outro lado, a imagem do plano de fundo foi feita pela Curiosity Mars Science Laboratory em 08 de setembro de 2012 no 33º dia após o pouso na superfície de Marte observando-se o solo marciano como jamais foi visto. E também não é bobagem...
Image credit: NASA/JPL-Caltech/MSSS.
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