Edith Shain
Edith trabalhava como enfermeira no Doctors City, em Nova York, quando escutou no rádio que os japoneses haviam se rendido e a guerra havia terminado oficialmente.
"Eu fui do Hospital até Times Square naquele dia, porque a guerra acabou, e onde mais é que um nova-iorquino vai? E esse cara me agarrou e nos beijamos, e aí ele pegou um caminho e eu peguei outro. "Eu nunca olhei para ele. Uma moça apenas fecha os olhos quando é beijada. Pelo menos eu fecho. E depois do beijo eu dei a volta e continuei a caminhar. E eu acho que o marinheiro foi beijar outras moças.Não havia nenhuma maneira de saber quem ele era, mas eu não me importava, porque ele era alguém que tinha lutado por mim."
"Quanto à imagem", disse ela, "ela diz muitas coisas - esperança, amor, paz e amanhã. O fim da guerra foi uma experiência maravilhosa, e que a foto representa todos esses sentimentos."
O fotógrafo não conseguiu anotar os nomes dos dois por causa da confusão em Times Square.
A identidade do casal permaneceu anônima até 1989, quando Edith - para surpresa dos três filhos, que nunca imaginaram que a mãe pudesse ser a moça do beijo - confirmou ser ela a moça da foto.
Ao longo dos anos, Edith foi procurada por uma dezena de homens que se diziam ser o marinheiro da foto.
Numa entrevista, Edith relembra o clima de euforia na cidade. Segundo ela, os marinheiros estavam beijando todo mundo que aparecia pela frente.
Ela disse que ficou constrangida quando viu a foto na revista Life e decidiu ficar quieta porque não queria que as pessoas soubessem que ela havia sido beijada por um estranho (estávamos em 1945 é fato!).
Edith conta que só procurou a revista Life, porque já havia passado tanto tempo que ela já estava velha o suficiente para não ficar mais sem graça pela foto.
Segundo Edith, o pessoal da revista ficou bastante empolgado porque o fotógrafo continuava tentando descobrir quem era a enfermeira.
Desde então, a foto também marcou a vida de Shain, pois a fama conquistada lhe trouxe convites para eventos ligados à guerra, como colocar grinaldas em túmulos, participar de paradas e outros eventos comemorativos.
"Minha mãe sempre estava disposta a enfrentar novos desafios, e cuidar dos veteranos da Segunda Guerra Mundial, o que lhe dava energia para aceitar outra chance de fazer a diferença", disse seu filho Justin Decker em comunicado.
Shain, que morreu em sua casa de Los Angeles, deixa três filhos, seis netos e oito bisnetos.

Edith Shain segura foto famosa ao lado de estátua que reproduz o beijo na Times Square, em NYC.
Peter Foley/Efe