Edith Shain
Edith Shain morreu no domingo (20) aos 91 anos. A enfermeira ficou famosa por uma foto feita pelo fotógrafo Alfred Eisenstaedt na qual aparecia beijando um marinheiro norte-americano em Times Square, Nova York em 15 agosto de 1945, dia em que o Japão se rendeu na II Guerra Mundial, V-J Day (Dia da Vitória sobre o Japão) marcando o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A imagem se tornou um dos ícones da fotografia mundial e um dos beijos mais famosos da história, após ser publicada na revista "Life Magazine".
Edith trabalhava como enfermeira no Doctors City, em Nova York, quando escutou no rádio que os japoneses haviam se rendido e a guerra havia terminado oficialmente.
"Eu fui do Hospital até Times Square naquele dia, porque a guerra acabou, e onde mais é que um nova-iorquino vai? E esse cara me agarrou e nos beijamos, e aí ele pegou um caminho e eu peguei outro. "Eu nunca olhei para ele. Uma moça apenas fecha os olhos quando é beijada. Pelo menos eu fecho. E depois do beijo eu dei a volta e continuei a caminhar. E eu acho que o marinheiro foi beijar outras moças.Não havia nenhuma maneira de saber quem ele era, mas eu não me importava, porque ele era alguém que tinha lutado por mim."
"Quanto à imagem", disse ela, "ela diz muitas coisas - esperança, amor, paz e amanhã. O fim da guerra foi uma experiência maravilhosa, e que a foto representa todos esses sentimentos."
O fotógrafo não conseguiu anotar os nomes dos dois por causa da confusão em Times Square.
A identidade do casal permaneceu anônima até 1989, quando Edith - para surpresa dos três filhos, que nunca imaginaram que a mãe pudesse ser a moça do beijo - confirmou ser ela a moça da foto.
Ao longo dos anos, Edith foi procurada por uma dezena de homens que se diziam ser o marinheiro da foto.
Numa entrevista, Edith relembra o clima de euforia na cidade. Segundo ela, os marinheiros estavam beijando todo mundo que aparecia pela frente.
Ela disse que ficou constrangida quando viu a foto na revista Life e decidiu ficar quieta porque não queria que as pessoas soubessem que ela havia sido beijada por um estranho (estávamos em 1945 é fato!).
Edith conta que só procurou a revista Life, porque já havia passado tanto tempo que ela já estava velha o suficiente para não ficar mais sem graça pela foto.
Segundo Edith, o pessoal da revista ficou bastante empolgado porque o fotógrafo continuava tentando descobrir quem era a enfermeira.
Desde então, a foto também marcou a vida de Shain, pois a fama conquistada lhe trouxe convites para eventos ligados à guerra, como colocar grinaldas em túmulos, participar de paradas e outros eventos comemorativos.
"Minha mãe sempre estava disposta a enfrentar novos desafios, e cuidar dos veteranos da Segunda Guerra Mundial, o que lhe dava energia para aceitar outra chance de fazer a diferença", disse seu filho Justin Decker em comunicado.
Shain, que morreu em sua casa de Los Angeles, deixa três filhos, seis netos e oito bisnetos.
Edith Shain segura foto famosa ao lado de estátua que reproduz o beijo na Times Square, em NYC.
Peter Foley/Efe
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