Por outro lado, a imagem do plano de fundo foi feita pela Curiosity Mars Science Laboratory em 08 de setembro de 2012 no 33º dia após o pouso na superfície de Marte observando-se o solo marciano como jamais foi visto. E também não é bobagem...
Image credit: NASA/JPL-Caltech/MSSS.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Subsídios legais para adoção do PEP no Brasil com descarte de papel, inclusive do legado

O Prontuário Médico no Brasil

A Resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) de número 1.638 de 2002 define o PRONTUÁRIO MÉDICO como:
“Documento único constituído de um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos, acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e assistência a ele prestada, de caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe multiprofissional e a continuidade da assistência médica prestada ao indivíduo".
Em função desta legislação é importante entender que:
Por lei, o prontuário médico não é composto somente dos documentos que descrevem a evolução clínica do paciente, mas também de todos os documentos relacionados às informações sobre a prescrição e administração de medicamentos, terapias e procedimentos, bem como, imagens e laudos de exames solicitados e realizados.
As instituições médicas que operam em território nacional devem manter os prontuários de pacientes guardados em papel durante 20 anos e garantir o sigilo das informações constantes nos mesmos.
Sob a visão da legislação brasileira, o prontuário não é da instituição, e sim do paciente.
Até a publicação no diário oficial da Resolução 1.821 em 23 de Novembro de 2007, não havia nenhum dispositivo legal que desse qualquer tipo de amparo aos prontuários médicos que não estivessem em papel. A única exceção eram prontuários que tivessem sido microfilmados (por equipamentos óptico-mecânicos e não eletrônicos) a partir de originais em papel.
Apesar de diversas iniciativas por algumas instituições brasileiras, com base em diversas outras legislações, prontuários médicos digitalizados ou mesmo o PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente) não dispunham de qualquer embasamento legal. É importante entender, que no caso específico de prontuários médicos, somente o CFM e o Ministério da Saúde (e seus órgãos subordinados como a ANVISA) podem regulamentar qualquer aspecto relacionado às informações técnicas e médicas geradas pelas instituições de saúde, bem como sua forma e prazos de armazenamento.
Outra interpretação errônea está relacionada com os exames. Uma vez que a legislação exige que os resultados dos exames sejam entregues ao paciente, a grande maioria das instituições não inclui uma cópia destes exames no prontuário médico. A legislação exige que os resultados dos exames (textuais e por imagem) façam parte do prontuário do paciente.
Infelizmente, a legislação vigente até Novembro de 2007 era pouco pragmática. O grande volume de papel gerado pelos prontuários, aliado a necessidade de armazená-los por vinte anos quase sempre incorria no extravio de documentos e de informações, ou então, na incapacidade de localizar as informações no tempo necessário. A opção da microfilmagem, além de custosa, não provia ferramentas e meios adequados que auxiliassem na localização e na obtenção das informações necessárias. Somados a isso, a incapacidade das instituições de anexarem cópias dos exames aos prontuários, tornava a grande maioria das instituições brasileiras de saúde não aderentes à legislação.

A nova resolução do CFM

A grande mudança gerada pela Resolução 1.821 do CFM é a de justamente tornar legal o emprego da digitalização e do PEP (Prontuário Eletrônico do Paciente) e de definir, inclusive, os critérios para a eliminação dos originais em papel. Anteriormente não havia nenhuma lei que definisse explicitamente tais condições.
O prontuário eletrônico, atual sinônimo de modernidade das instituições de saúde é, entretanto na prática, um sistema com lenta e baixa aderência por parte dos médicos e dos profissionais da saúde. Uma vez que demanda uma drástica mudança na forma de trabalho, exigindo a constante interação dos médicos e dos profissionais de saúde com computadores e sua presença em locais físicos específicos.
O prontuário em papel continua sendo muito mais portável, barato e versátil e enquanto não surgirem equipamentos móveis mais ergonômicos, baratos e seguros a tão conhecida prancheta do prontuário em papel continuará sendo uma excelente opção em relação ao PEP.
É justamente por causa disso que a Resolução 1.821 do CFM prevê a digitalização dos prontuários médicos em papel e o emprego de soluções de GED (Gerenciamento Eletrônico de Documentos).
Documentos como laudos de exames e imagens de exames também podem ser digitalizados, permitindo entregar os originais ao paciente e manter uma cópia eletrônica em poder da instituição.
Para permitir o descarte dos originais é necessário que as instituições sigam determinados critérios. Necessariamente deverá ser utilizado um software de GED credenciado junto a SBIS (Sociedade Brasileira de Informática em Saúde). Além disso, o software de GED e o processo de digitalização deverão estar aderentes ao padrão NGS2 (Nível de Garantia de Segurança 2).

Os novos critérios relacionados com a digitalização de prontuários médicos

A Resolução 1.821 do CFM possui itens específicos relacionados com a digitalização de prontuários médicos e o emprego de soluções de GED. Os itens são listados a seguir:
Art. 2º Autorizar a digitalização dos prontuários dos pacientes, desde que o modo de armazenamento dos documentos digitalizados obedeça a norma específica de digitalização contida nos parágrafos abaixo e, após análise obrigatória da Comissão de Revisão de Prontuários, as normas da Comissão Permanente de Avaliação de Documentos da unidade médico-hospitalar geradora do arquivo.
§ 1º Os métodos de digitalização devem reproduzir todas as informações dos documentos originais.
§ 2º Os arquivos digitais oriundos da digitalização dos documentos do prontuário dos pacientes deverão ser controlados por sistema especializado (Gerenciamento eletrônico de documentos - GED), que possua, minimamente, as seguintes características:
a) Capacidade de utilizar base de dados adequada para o armazenamento dos arquivos digitalizados;
b) Método de indexação que permita criar um arquivamento organizado, possibilitando a pesquisa de maneira simples e eficiente;
c) Obediência aos requisitos do “Nível de garantia de segurança 2 (NGS2)”, estabelecidos no Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde;


O padrão NGS2

Definido pelo CFM em parceria com a SBIS, o padrão NGS2, estabelece as especificações mínimas obrigatórias que sistemas informatizados que lidam ou que armazenam informações relacionadas com prontuários médicos devem atender para suprimir originais em papel.
O padrão NGS2 encontra-se descrito no “Manual de Certificação para Sistemas de Registro Eletrônico em Saúde” versão 3.3 (versão 2009). Este documento pode ser obtido no site da SBIS.
No caso específico de prontuários médicos digitalizados, o padrão NGS2 estabelece padrões tanto para o processo de digitalização quanto para o software de GED.
Na parte relacionada com o software de GED, o padrão define os critérios mínimos que deverão ser atendidos no tocante ao controle de versão, a autenticação e a identificação de usuários, a segurança dos dados, e as características obrigatórias relacionadas com a certificação digital.
Na parte relacionada com a digitalização, o padrão define os critérios exigidos no sentido de garantir a originalidade e a confiabilidade dos documentos digitalizados.
Para permitir o descarte dos originais em papel, é necessário que tanto o software de GED quanto o processo de digitalização atendam integralmente ao especificado pelo padrão NGS2.

Próximos desafios

A presença cada vez maior da informatização no dia a dia dos médicos tem trazido à tona a discussão sobre o futuro da medicina e suas conseqüências na relação médico-paciente. Os mais conservadores vêem com certa insegurança essa interferência e te­mem que ela desqualifique o trabalho médico. Por outro lado, existem aqueles que enxergam nesses avanços uma oportunidade de facilitar os procedimentos e ainda aumentar a intimidade com os pacientes.

A informatização de um consultório, um hospital ou qualquer instituição de saúde, provoca impactos muito significativos. Eles ocorrem, principalmente, na melhoria da eficiência e da qualidade do atendimento, com redução dos custos, pois um controle mais efetivo possibilita gerenciar melhor a instituição e ver os gastos se reduzirem.

Os prontuários médicos, ao serem informatizados, incorporam toda a informação clínica dentro de um sistema. Nós chamamos isso de Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP). Conforme já foi dito, resoluções do CFM, em parceria com a SBIS, que regulamentam o assunto e indicam como ter um prontuário eletrônico numa instituição médica. Essas normas e procedimentos fazem parte de um processo denominado Certificação de Software SBIS/CFM.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Imagem da semana







O piloto canadense Brian Bews sobreviveu à queda do caça que pilotava na sexta-feira 23 de julho em Lethbridge (Alberta), no Canadá.
Bews voava próximo ao aeroporto de Lethbridge e treinava para uma exibição de acrobacias marcada para o fim de semana. Por motivos ainda desconhecidos, o caça CF-18 apresentou problemas, caiu e pegou fogo.
Pouco antes do impacto, o piloto acionou um paraquedas e sobreviveu. Segundo a imprensa local, ele foi levado ao hospital com ferimentos leves.

Foto: © AP

sexta-feira, 23 de julho de 2010

O cérebro e o poder da mente

Pesquisadores da Universidade de Southampton afirmaram que é possível fazer duas pessoas se comunicarem pelo poder da mente, pela técnica Brain-Computer Interfacing (BCI), ou Interface Cérebro-Computador, que é uma técnica conhecida, mas nunca tinha sido aplicada na transmissão de informações entre dois cérebros.
Ela pode ser usada para capturar sinais cerebrais e traduzi-los em comandos, o que permite que as pessoas controlem, pelo pensamento, aparelhos como computadores, robôs e ambiente de realidade virtual.
A pesquisa do Dr Christopher James, no entanto, foi além, pois ele realizou a transmissão de informação de um cérebro para o outro, conhecida como B2B (do inglês, brain to brain).
Seu experimento foi baseado em uma pessoa usando a interface para transmitir via internet pensamentos traduzidos em números binários a outra pessoa.
Ligada a um amplificador de sinais cerebrais, a primeira pessoa deveria imaginar que estava levantando o braço direito ou o esquerdo. Cada um desses pensamentos gerava um sinal para transmitir uma seqüência binária simples, como por exemplo, imaginar o braço esquerdo erguido significava um “zero” e imaginar o direito significava o “um”. A BCI captava esses sinais e os transmitia a outro PC, na frente do qual estava a segunda pessoa, também ligada a um amplificador de sinais cerebrais. Ligada ao computador estava uma lâmpada de LED que recebia ordens de piscar em duas freqüências diferentes, uma para o “zero” e outra para o “um”. O padrão era muito sutil para ser captado pela pessoa, mas era percebido pelo seu córtex visual e, conseqüentemente, pelos eletrodos que mediam seus sinais. A informação extraída da atividade cerebral voltava ao computador, onde era traduzida na tela.
Apesar de bastante inicial, a pesquisa abre caminhos para a transmissão B2B mais aprimorada, onde será possível passar mais informações, e supor que sinais telepáticos podem ser transmitidos via internet.
Por outro lado computador da Mayo Clinic fez com que ondas cerebrais conseguissem digitar letras em número. O estudo foi feito com pacientes que já possuíam por algum motivo, chips implantados na superfície do cérebro, e serviram de base para que pessoas com algum tipo de deficiência possam controlar objetos com a mente.
Liderados pelo Dr. Jessy Shih, da Mayo Clinic, e Dr. Dean Krusienski, da Universidade do Norte da Flórida, os pesquisadores decidiram que estes dois pacientes seriam um modelo muito melhor para testar a interface homem-máquina. Isso porque o feedback dos eletrodos seria mais específico do que os dados coletados por chips colocados fora do cérebro. Os dois voluntários para a pesquisa sofrem de epilepsia e já haviam passado por uma cirurgia, que requer incisão no crânio, para implante dos chips com o objetivo de localizar a origem de suas crises.
Numa outra linha de pesquisa, porém não menos emocionante e perturbadora, médicos da Universidade de Cambridge,, e da Universidade de Liège, descobriram uma forma de se comunicar com pacientes em estado vegetativo. Pessoas que não conseguem se mexer, nem falar, não conseguem piscar os olhos, nem mexer as sobrancelhas, e muito menos mover um braço ou uma perna.
"O fato de um paciente que não fala, não gesticula, conseguir se comunicar, responder sim ou não a algumas questões alterando a sua atividade cerebral é emocionante para nós", o que significa na prática que eles estão conscientes, diz o pesquisador Adrian Owen. O Dr. Owen faz parte de uma equipe internacional de cientistas que decidiu estudar a mente de pessoas em estado vegetativo. Com um aparelho de ressonância magnética, o grupo estudou os cérebros de 23 pacientes nessa situação.
O estudo iniciou com os pesquisadores fazendo aos pacientes a seguinte observação: "Imagine que você está jogando tênis" ou "Imagine que você está andando pela sua casa". Quatro dos 23 pacientes responderam ao estímulo e, ao imaginar cada um desses movimentos, apresentaram atividades em partes diferentes do cérebro. Depois, os pesquisadores fizeram a seguinte associação: disseram aos pacientes que jogar tênis significava "sim" e andar pela casa representava "não". Ao perguntarem se um dos pacientes tinha irmãos. A imagem da ressonância mostrou que ele imaginou que estava jogando tênis – ou seja, um "sim" – a resposta correta.
As conclusões iniciais não permitem dizer se os pacientes em estado vegetativo vão se recuperar ou não. Mas sem duvida alguma a descoberta ajudará os médicos a identificarem melhor os problemas no cérebro e eventualmente auxiliar no desenvolvimento de tratamentos mais específicos.
Por outro lado o estudo também provoca uma discussão ética enorme, pois um canal de comunicação com quem não fala é mais um elemento na já polêmica questão da eutanásia. Quem tem o direito de dizer se quer morrer ou não? Quem tem a certeza de que a ciência interpretará os sinais corretamente? Precisamos ainda ver qual será o impacto disso na vida real, pois é preciso ainda mais estudos para ajudar aqueles que vivem no silêncio. O referido estudo que provocou grande impacto na área da neurofisiologia e neurociência foi publicado no New England Journal of Medicine, February 3, 2010, merecendo também uma chegada no site pessoal do Dr. Adrian Owen.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Imagem da semana

Capa da Revista da Associação Paulista de Medicina deste mes de julho

Aproveitando-se do excesso de profissionais médicos concentrados em capitais e grandes centros, as operadoras de saúde estão reduzindo os valores dos honorários médicos a tal ponto que fechar as portas dos consultórios e buscar alternativas de trabalho têm sido a única saída para muitos médicos.
Mas este é um problema que não apareceu agora e vem se estabelecendo aos poucos e há muito tempo, como um movimento premeditado, e com objetivos muito claros. inclusive colocando os médicos em conflito com o recém aprovado Código de Ética Médica.
Eu pessoalmente deixei de atender os convênios no Hospital Samaritano de São Paulo (que é acreditado pela Joint Commission International) quando recebi oito reais por uma consulta. Aliás, como no caso em questão tratava-se de um convênio que passava por sérias dificuldades, o valor estipulado foi dividido em quatro parcelas, o que significa dizer que recebi durante quatro meses pagamentos de dois reais, com desconto de 2% de comissão para a Associação Médica do Hospital Samaritano e na época também da CPMF.
Na época, declarei publicamente minha insatisfação declinando do serviço oferecido, denunciei, protestei, clamei, bradei, mas ninguém me ouviu, nem o hospital, nem a Associação dos médicos (que ironicamente existe para tratar dos interesses dos médicos do e no hospital) nem mesmo as entidades de classe, que sempre estão discutindo o assunto, porém sem qualquer resultado prático.
Achei que tínhamos atingido o fundo do poço. Agora vejo que o poço é ainda mais fundo e talvez o estejamos enxergando ainda um fundo falso e poderemos nos afundar um pouco mais.
Mas estes cinco reais agora denunciados, na verdade talvez não estejam tão fora da realidade de remuneração do médico nos dias atuais.
Senão vejamos: o padrão de atendimento preconizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) equivale a 16 consultas/médico, por período de 4 horas. Portanto um médico trabalhando em seu consultório, por período de 4 horas receberá R$ 80,00/dia, que multiplicado por 22 dias úteis corresponde a R$ 1.760,00 por mês, que é praticamente igual ao valor pago a um médico trabalhando 4 horas por dia, no serviço público ou em uma empresa de medicina de grupo. Evidente que sobre este valor recebido em seu consultório incidirão tributos e despesas de manutenção que irão comprometer algo em torno de 40% dos R$ 1.760,00.
É difícil para quem viveu a época do médico profissional liberal, aceitar esta condição de médico operário, que interrompe em passeata a Avenida Paulista para reivindicar aquilo que acha justo, usando da maneira mais inadequada possível, para chamar a atenção das nossas autoridades, criando mais problemas para as pessoas que estão se locomovendo, muitas delas em busca de um médico ou um hospital da região.
Todos estes movimentos nunca levaram e não levarão os médicos a lugar algum.
Nunca vou me esquecer de um dos inúmeros movimentos grevistas do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, em uma audiência com o então governador de São Paulo Sr. Paulo Salim Maluf, foi lhe transmitida a preocupação que se “não atendidas as reivindicações dos médicos, o hospital poderia sofrer por uma demissão coletiva”. Imediatamente o governador retrucou “que me avisem imediatamente, pois em 24 horas eu descarrego de caminhão quantos médicos forem necessários, pois eu conheço muito bem esta turminha e médico procurando emprego, tem em qualquer esquina”.
Evidente que o governador em questão não é uma referencia de padrão, mas o seu pensamento está absolutamente de acordo com o pensamento dos nossos dirigentes, salvo raríssimas exceções, que infelizmente não têm penetração na discussão do âmago da questão.
Triste ter que admitir que o próprio médico tenha responsabilidade por termos chegado a este ponto e a grave exploração do trabalho médico praticada atualmente, inviabilizou a medicina como atividade liberal.
A denúncia em questão está sendo feita por uma destas entidades, que em tempos idos foi legítima representante dos interesses dos médicos, congregando em torno de si todos os grandes nomes da Medicina Paulista desde 1930. Hoje tem um quadro associativo com algo em torno de um terço dos médicos atuantes no estado de São Paulo, e está mais para um clube do que uma verdadeira associação que deveria zelar pela defesa do exercício da profissão médica. Vamos ver o que vai acontecer.
Não pensem que escrevi estas linhas com alegria. Foi difícil, doloroso, quase inacreditável, parecendo uma história mentirosa ou de ficção, gostaria que alguém me convencesse que estou enganado, mas é assim que sinto.
Pobre dos médicos.

domingo, 18 de julho de 2010

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A partir de hoje, será celebrado em 18 de julho de cada ano, o Dia Internacional de Nelson Mandela. A data foi definida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e corresponde ao dia de seu nascimento.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Dirigir mal pode ser genético

Cientistas da Universidade da Califórnia – Irvine descreveram a relação entre um gene e a falta de habilidade ao volante.
Na verdade, trata-se de uma variação genética, que está presente em 30% da população americana, que limita a quantidade de uma proteína que atua no cérebro durante atividades específicas.
O cientista Steven C. Cramer , Professor Associado do Departamento de Anatomia e Neurobiologia publicou o estudo no Jornal Cerebral Cortex.
Em pessoas sem a variação do gene, essa proteína ajuda a memória e faz com que as células do cérebro funcionem melhor. Quando uma pessoa está envolvida em algo especifico, a proteína é liberada na área do cérebro ligada àquela atividade, o que ajuda o organismo a responder aos impulsos nervosos.
Estudos anteriores já haviam mostrado que, em pessoas com a variação, uma parte menor do cérebro era estimulada. Nelas, a recuperação após um derrame também é pior. Dadas essas diferenças, os cientistas da UCI decidiram estudar o comportamento motor de indivíduos que possuem o gene variante.
Dirigir foi a atividade escolhida por ser algo comum, praticado por grande parte das pessoas, e que possui uma curva de aprendizado conhecida.
A prova consistia em dar voltas em um simulador programado com curvas bastante difíceis. O teste foi gravado e, quatro dias depois, repetido pelos mesmos 29 participantes, dos quais sete possuíam a variante do gene. Em tese, as pessoas deveriam se lembrar do percurso realizado anteriormente.
Os resultados mostraram que as pessoas com a variação específica do gene foram 20% pior do que pessoas sem a variação, e lembraram bem menos do percurso, além de se esquecerem bem mais rápido do que haviam aprendido.
Os números foram confirmados no segundo teste e o estudo publicado na Cerebral Cortex Journal.
Para as pessoas que possuem a variante, no entanto, não é de todo ruim, pois foi observado que estas pessoas mantêm a mente “saudável” por mais tempo quando são afetadas por doenças como Parkinson, Doença de Huntington e Esclerose Múltipla.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Imagem da semana

A revista britânica "The Economist" manipulou uma imagem do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ilustrando reportagem de capa sobre o vazamento de petróleo no golfo do México, em que aparece sozinho, cabisbaixo e aparentemente pensativo, em frente a uma plataforma petrolífera.
A imagem original, tirada pelo fotógrafo Larry Downing, da agência internacional Reuters, em 28 de maio, foi editada, e as outras duas pessoas que apareciam ao lado de Obama, aparentemente conversando com o presidente são o almirante da Guarda Costeira Thad W. Allen e a presidente de uma paróquia local, Charlotte Randolph, foram substituídas pela água do golfo do México. O fato foi denunciado pelo New York Times na sua edição de 05 de julho de 2010.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Álcool, uva e chá verde: verdades, mitos e crendices

Desde 2008, por ocasião do Congresso Brasileiro de Cardiologia, realizado em Curitiba, quando foi realizado o Simpósio do selo de aprovação da SBC, discutiu-se aspectos relevantes sobre os benefícios da ingestão de alimentos até pouco tempo atrás controversos com relação à saúde cardiovascular, entre eles , o chá verde, o suco de uva e o vinho.
Os benefícios de todos esses produtos são atribuídos aos flavonóides, substâncias que possuem atividade antioxidante.
O consumo moderado de vinho tinto está associado à redução da mortalidade e das hospitalizações por doença arterial coronária.
A ingestão moderada de álcool (uma a duas doses) eleva em torno de 10% os níveis de HDL colesterol (colesterol bom) e atua inibindo a agregação plaquetária.
Recente estudo da Universidade da Califórnia at Davis e do Department of Food Science & Technology, publicada no Journal of the Science of Food and Agriculture mostra que a cerveja ajuda no fortalecimento dos ossos e sugere que é uma fonte significativa do mineral na dieta.
O segredo estaria no silício presente na bebida, ou melhor, no ácido ortosilícico, a forma hidrossolúvel do ingrediente que aumenta a densidade mineral dos ossos.
Pesquisadores analisaram cem rótulos diferentes de cerveja comercial para determinar a relação entre os métodos de produção e o silício resultante.
A equipe do Professor Charles Bamforth concluiu também que as cervejas que contém maiores níveis de cevada e lúpulo são ainda mais ricas em silício. A concentração nas marcas analisadas ficou entre 6,4 e 56,6 mg/L.
Os cientistas não incentivam o abuso da bebida, mas ressaltam que, baseados nos resultados, um consumo moderado de cerveja poderia ajudar a combater a osteoporose.
Por outro lado, o álcool de uma forma geral, aumenta os níveis de triglicérides, e por conseqüência deve ser evitado por portadores de diabetes e hipertrigliceridemia, além do que a ingestão diária de álcool é por definição sinônimo e alcoolismo.
Consumido há mais de 5 mil anos, hoje, centenas de milhões de pessoas bebem chá verde (Camellia sinesis) em todo o mundo. A bebida é feita a partir de folhas não fermentadas, contendo grande concentração de antioxidantes (polifenóis) cujas propriedades beneficiam a saúde cardiovascular como sugerem alguns estudos.
Em média, uma xícara da bebida, contém entre 50 mg e 150 mg de polifenóis. A quantidade recomendada para ingestão gira em torno de 200mg a 300mg da substância, que correspondem a duas xícaras de chá verde por dia.
Recente trabalho publicado no European Journal of Cardiovascular Prevention and Rehabilitation, comprovou o benefício da bebida sobre a função endotelial através da análise de 14 voluntários que ingeriram chá verde, água ou uma bebida cafeinada. Os benefícios foram nítidos no grupo do chá verde logo nos primeiros 30 minutos de avaliação. A técnica utilizada foi a de dilatação fluxomediada.
Em comentário publicado no referido trabalho, referente ao artigo publicado o Dr. Shailendra Kapoor da University of Illinois at Chicago, apresenta uma extensa bibliografia de referências de estudos promissores sobre a utilização do chá verde, não só para pessoas saudáveis como para pessoas com doenças já estabelecidas.
Estudos experimentais em animais e humanos também mostraram que o chá verde reduz o colesterol total e aumenta o HDL colesterol. Uma pesquisa de base populacional, por exemplo, descobriu que homens que bebem chá verde são mais propensos a terem colesterol total menor do que aqueles que não consomem a bebida.
Em outro estudo, entre homens fumantes, verificou-se que o chá verde reduziu significativamente os níveis sanguíneos de colesterol LDL. As pesquisas indicam que os polifenóis do chá verde podem bloquear a absorção intestinal de colesterol, além de promover sua excreção.
Estudos em animais sugerem ainda que o chá verde pode ajudar a prevenir o desenvolvimento de diabetes tipo I e tornar mais lenta sua progressão quando já desenvolvido.
A associação de chá verde com cafeína também auxilia na perda de peso e na sua manutenção em indivíduos com sobrepeso e obesidade. Alguns pesquisadores especulam que os polifenóis são responsáveis pela “queima” de gorduras nos indivíduos obesos.
Para finalizar, em associação com uma alimentação saudável, se possível, podemos saborear uma boa xícara de café de manhã, um chá verde após o almoço, um cálice de vinho tinto após o jantar e uma pequena barra de chocolate escuro, antes de deitar, para relaxar a mente e as “coronárias”.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Imagem da semana

Steve McCurry

A Galeria de Babel, em São Paulo, expõe até o dia 25 de julho, a exposição "O Desassossego da Cor", com 35 imagens do premiado fotógrafo americano Steve McCurry. Conhecido mundialmente pela famosa imagem da menina afegã, Sharbat Gula, capa da revista National Geographic de junho de 1985 e a tirada 17 anos após o primeiro registro, também fazem parte da exposição.
Foto de Steve McCurry

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Bactérias no chuveiro

Estudo realizado na Universidade do Colorado em Boulder mostrou que os chuveiros domésticos oferecem um ambiente propício para a proliferação de microorganismos potencialmente patogênicos, que podem ser inalados na forma de partículas suspensas.
A pesquisa, que está publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), concluiu que cerca de 30% dos chuveiros analisados abrigava níveis consideráveis de Mycobacterium avium, ligada a doenças pulmonares.
A contaminação é vista com mais freqüência em pessoas com sistemas imunológicos comprometidos e, eventualmente, pode infectar também pessoas saudáveis.
De acordo com Norman Pace, um dos autores do estudo, foram analisados cerca de 50 chuveiros de nove cidades em sete estados norte-americanos.
Encontrar patógenos em águas da rede pública, é esperado, segundo Pace, mas os pesquisadores descobriram que algumas das bactérias se aglutinam, formando um "biofilme" viscoso que adere ao interior dos chuveiros, em uma concentração mais de 100 vezes maior que a encontrada na água encanada.
"Quando o chuveiro é ligado, junto com o jato de água, provavelmente está levando também uma carga elevada de Mycobacterium avium, que pode não ser muito saudável", disse Pace. O estudo é parte de um esforço maior de sua equipe, cujo objetivo é avaliar a microbiologia dos ambientes internos, com apoio da Fundação Alfred P. Sloan.

Trocando a banheira pelo chuveiro
Outra pesquisa realizada pelo National Jewish Health, em Denver
, indicou que nos Estados Unidos houve nas últimas décadas um crescimento de infecções pulmonares relacionadas a espécies de bactérias não ligadas à tuberculose, como a Mycobacterium avium. Segundo os autores, esse crescimento pode estar ligado ao fato de a população do país ter passado a utilizar mais o chuveiro e menos a banheira.
Os sintomas da doença pulmonar causada pela M. avium, segundo o estudo, podem incluir cansaço, tosse seca persistente, falta de ar, fraqueza e sensação geral de mal-estar. "Pessoas com o sistema imunológico comprometido, são mais propensas a tais sintomas, e a água que jorra do chuveiro pode distribuir gotículas recheadas de patógenos que ficam suspensos no ar e podem ser facilmente inalados", afirmou Pace.

De olho na água
Embora os cientistas tenham tentado testar a presença de patógenos nos chuveiros por meio de cultura de células, essa técnica mostrou-se incapaz de detectar 99,9% das espécies de bactérias presentes em um determinado ambiente.
Uma técnica de genética molecular desenvolvida pelo grupo do pesquisador na década de 1990 permitiu a retirada de amostras diretamente dos chuveiros, isolando o DNA e amplificando-o com utilização da reação em cadeia da polimerase, a fim de determinar as seqüências de genes presentes, possibilitando a identificação de tipos de patógenos específicos.
"Alguns precedentes indicaram que os chuveiros podiam gerar alguma preocupação, mas até esse estudo, não sabíamos o quanto o problema podia ser relevante. Durante as primeiras fases da pesquisa, a equipe testou chuveiros em pequenas cidades, muitas das quais usavam água de poço e não encanada. Inicialmente, achamos que os níveis de patógenos detectados nos chuveiros se deviam a isso, mas, quando começamos a trabalhar os dados de New York, vimos uma grande quantidade de M. avium e o estudo foi revigorado", disse Pace.

Chuveiros de metal
Além da técnica de coleta de amostras do chuveiro, a equipe utilizou várias duchas, que foram partidas em pedaços pequenos, e revestidos de ouro. Um corante fluorescente foi usado para marcar as superfícies e, com um microscópio eletrônico de varredura, os pesquisadores puderam observar as superfícies em detalhe.
Apesar dos resultados, Pace ressalta que provavelmente não é perigoso utilizar chuveiros para tomar banho, contanto que o sistema imunológico não esteja comprometido de alguma maneira. Segundo ele, como os chuveiros de plástico apresentam uma carga maior de patógenos, os chuveiros de metal podem ser uma boa alternativa.

Parte deste material tem origem em Diário da Saúde. Set/2009