Muitos são os especialistas que estão se dedicando a esta questão, sejam eles médicos, educadores, advogados ou até mesmo especialistas em tecnologia da informação, como aqueles que se dedicam as mídias sociais e segurança da informação.
Alguns se mostram receosos, aconselhando evitar colocar fotos e vídeos dos bebês ou crianças na internet, e sugerindo enviar notícias para familiares e amigos através de uma rede fechada ou por e-mail.
A Dra Juliana Abrusio, especialista em direito eletrônico recomenda estas providencias no sentido de evitar ou diminuir a incidência de crimes como apropriação da imagem das crianças, sequestro e pedofilia. Além do temor à segurança, a divulgação de fotos e vídeos afeta a questão da identidade que um dia as crianças, já adolescentes ou adultas vão querer ter na rede. Afinal, quando crescerem, elas poderão não gostar daquela foto ou vídeo postado pelos pais no qual aparecem de uma forma que não gostariam que tivesse sido divulgado.
Evidentemente neste momento aparecerá o primeiro problema criado pelo conflito de gerações.
O Google Brasil, responsável por sites como Orkut e YouTube, tem consciência de toda esta problemática que envolve as crianças, como também aquela referente as informações de saúde consultada por adultos. Entretanto pouco é possível fazer tendo em vista o conceito de liberdade e não censura ao uso da internet, cabendo à responsabilidade maior aquelas pessoas que divulgam a informação e não aqueles que as disponibilizam. Para isto é fundamental o conhecimento sobre as ferramentas da internet e a percepção do impacto que as informações podem causar na vida futura destas crianças.
Por outro lado as redes sociais se por um lado traduzem liberdade, fácil comunicação, interoperabilidade entre pessoas, etc. por outro podem ser uma ameaça se não usadas com critérios.
Pesquisa realizada pela fabricante de softwares de segurança AVG Technologies apontou que 69% das crianças usam primeiro um computador, antes mesmo de praticarem outras atividades consideradas normais para sua idade. Eis alguns números obtidos nesta pesquisa:
92% das crianças americanas já estão on-line aos dois anos.
73% das crianças dos países da União Europeia também estão on-line nesta idade.
37% dos recém-nascidos do Reino Unido têm vida on-line a partir do nascimento.
37% das crianças do Canadá iniciam a vida virtual quando os pais postam exames de pré-natal na internet.
7% dos bebês e das crianças pequenas têm um endereço de e-mail criado pelos pais.
5% têm perfil em rede social
70% dos pais disseram que o objetivo é compartilhar informações com amigos e familiares
22% das mãe assumiram que queriam acrescentar mais conteúdo aos seus perfis nas redes sociais.
Como se vê pela tradução destes números o assunto é não apenas complexo como também preocupante.
Estas crianças que usam precocemente as redes sociais e se tornam superexpostas, não têm maturidade para saber separar o que é bom e ruim na internet, e nós ainda não temos um mapeamento desta situação e, por conseguinte não temos certeza das repercussões futuras deste tipo de mídia na sociedade.
Outro importante estudo foi realizado em 2009 pela empresa de proteção digital Symantec Norton revelando que os termos como “porn” e “sex” estão entre as cinco palavras mais pesquisadas na rede por crianças com menos de 12 anos. Se somos bombardeados o tempo inteiro por mensagens de conteúdo duvidoso, encontrar o caminho para o proibido também não é difícil para quem já nasceu online. Enquanto muitos pais se preocupão quando o filho navega pela internet, o professor especializado em interações digitais da University of the West of England, Lee Salter, propõe olhar a questão por outro ângulo. “As crianças sempre tiveram acesso a material sobre sexo e violência, seja nos filmes, seja em revistas ou até mesmo em casos contados por amigos na escola. Se a questão é o acesso por meio do computador, devíamos analisar primeiro por que esse tipo de material está sendo produzido na nossa sociedade”.Culpar a internet é como atirar no mensageiro que vem entregar uma má notícia”, completa Salter.
Ações institucionais como a cartilha lançada pela OAB com o nome de Uso seguro da internet para toda a família, ou o projeto LEEME (Laboratório de Estudos em Ética nos Meios Eletrônicos) da Universidade Mackenzie, são relevantes em seus propósitos e ações. Por outro lado atividades de estudiosos no assunto como Dra. Helena Garbin, Dr. André de Faria Pereira Neto da Fiocruz, Wilma Madeira da Silva, do Instituto de Políticas Públicas Florestan Fernandes, e da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, co sua tese de mestrado Navegar é preciso: avaliação de impactos do uso da internet na relação médico-paciente, Susana Estefenon e Evelyn Eisenstein autoras do livro Geração Digital, também representam um esforço significativo para equacionar melhor este enorme problema onde estamos apenas dando os primeiros passos, de uma longa caminhada.
Eu, pessoalmente acho que o caminho da solução do problema passa obrigatoriamente pela educação, educação e educação, não só das crianças e adolescentes, como também de seus pais e/ou responsáveis, penso que também fiz e continuo fazendo a minha parte.
Neste espaço você vai encontrar questões que de alguma forma originaram o próprio nome do Blog e estaremos abordando as questões da Saúde e da Tecnologia da Informação, ou a mistura das duas, enunciadas como textos e imagens. Esta imagem panorâmica foi capturada pela sonda Phoenix Mars Lander em 10 de Junho de 2008 no 16º dia após o pouso na superfície de Marte e em primeiro plano vemos seus painéis solares e o braço robótico. Credit:NASA/JPL/University of Arizona,Tucson. E não é bobagem...
Por outro lado, a imagem do plano de fundo foi feita pela Curiosity Mars Science Laboratory em 08 de setembro de 2012 no 33º dia após o pouso na superfície de Marte observando-se o solo marciano como jamais foi visto. E também não é bobagem...
Image credit: NASA/JPL-Caltech/MSSS.
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